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#ManualDoRolé: Oi Kabum! Lab dá ouvidos às periferias com o Interferências19

Intervenção Iroko

Texto: Ygor Pinheiro

Pode parecer mimimi ou problematização boba, mas existe diferença entre ‘dar voz’ e ‘dar ouvidos’ à alguém. É possível dar voz a um personagem fictício de uma história que está sendo criada, afinal, ele é um ser inanimado e depende de quem o criou para desenvolver vontades ou opiniões. Agora, seres humanos têm o falar e o pensar como principais características biológicas. Inclusive, ganham voz com poucos anos de existência. Portanto, um humano só é capaz de dar voz a outro se estiver o ensinando a falar, durante aquele primeiro período de vida. Fora dessas condições, o que se faz é ‘dar ouvidos’.

Serpente Listrada

É isso o que os profissionais do laboratório de cultura digital Oi Kabum! Lab fazem. Existente há 10 anos, o espaço proporciona um ambiente fértil para o desenvolvimento da criatividade de jovens vindos de periferias de todo o Rio de Janeiro. Incentivando um melhor conhecimento e uso de tecnologia, o Kabum! tem foco nas experiências de jovens que vivem nas ruas. Um de seus principais projetos é o LAB.IU, o laboratório de intervenções urbanas, que mistura arte e tecnologia para o desenvolvimento de projetos sobre a cultura urbana.

“… desde que eu comecei o LAB.IU e entendi outras formas de pensamento e imposição à sociedade, eu melhorei muito. Principalmente como pessoa.” Flávio Muniz, cria de Santíssimo e diretor de fotografia da intervenção Iroko.

Artemisia Vulgaris

Nesta sexta-feira (1), a partir das 18h da tarde, o Oi Kabum! Lab realiza o evento Interferências19, que contará com a exibição de 13 intervenções artísticas na Praça XV (Centro, próximo à estação de barcas). Frutos do trabalho da última turma envolvida no LAB.IU, as obras abordam desde a violência policial até a natureza, passando por assuntos como o afrofuturismo, a potência feminina e o corpo humano. As intervenções são: 111+, Artemisia Vulgar, BateBall, Cine Ciné – Cinema Cinético, Corpo Estranho – Tupiara, Desurbanis, Kura Urbana, VMLH, Caixa Preta, REbit, Serpente Listrada, Tech Eté, Transluz, Iroko e Língua de Fogo.

“Lá [na Kabum!] eu sou reconhecido como artista. E é muito importante essa sensação de conforto.”  João Eliel, cria da Rocinha e idealizador da intervenção Caixa Preta.

Além das exibições na Praça XV, alguns projetos também rodarão a cidade do Rio de Janeiro, como o Iroko, que trata sobre religiosidade e ancestralidade africana, acontecendo no sábado (2) e no domingo (3), no Parque de Madureira, a partir das 20h. Para saber mais informações, é só ficar ligado nas redes sociais do Oi Kabum!

Assista o comercial produzido para o evento Interferências19

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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