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Parem de inverter as coisas, vocês são chatos pra caramba

Do racismo reverso ao orgulho hétero, não há textão que aguente

Sério, vocês tão muito chatos. Vocês não conseguem ser brancos héteros cisgêneros sem passar vergonha? Cara, a gente precisa trocar ideia sobre isso, porque a turma tá numa frescura danada.

“Daqui a pouco não pode mais chegar nas meninas”, “ah, se fosse um branco ninguém iria defender”, “tenho orgulho de nascer hétero”… É tanta bosta que a galera fala, que dá vergonha. Oras, sou branco hétero cis e consigo passar um dia inteiro sem repetir essas bobeiras. Se eu consigo, chapas, vocês conseguem. Conheço um montão de outros caras que também conseguem.

Parece que tem uma geração textão que não consegue deixar os garotos brincar, não consegue prestar atenção no seu próprio toba e precisa monitorar o da galera que dá outras finalidades aos seus cuzcuz. Deixa os cara, mermão! Cês não gostam daquele cara de popozão que disse que “aparelho excretor não reproduz”? Então pronto! Relaxa, que eles não vão se multiplicar.

Peraí, tomara que se multipliquem sim.

Outro dia fui trocar ideia com uma ruiva linda. Aí papo vai papo vem, eu repetindo várias frases clichês de desconstruidões/feministos, ela me questiona:

– Você é contra ou a favor da ditadura gay?
– Po, sou contra todas as ditaduras, o amor tem que ser livre – respondi, pensando que tava ganhando a gatinha;
– Cara, na ditadura gay teria tanques rosas disparando purpurina pelas ruas, imagina só!

Buguei.

A verdade é que enquanto os ‘meus semelhantes’ tão cada dia mais chatos, se fazendo de coitadinhos sem saber lidar com os novos tempos usando bom humor, a turma da bandeira do arco-íris tá rachando o bico, zuando o plantão, se divertindo pra caramba com absolutamente cada argumento brancoheterocis.

Recomendo a leitura desse artigo do BuzzFeed pra vocês entenderem o que tô dizendo:
https://www.buzzfeed.com/rafaelcapanema/gays-na-pagina-de-orgulho-hetero?utm_term=.wunYMMpRO#.nulzZZVJL

Rapeize, por favor, sem inverter as coisas. Cês tão sendo zuados por todo mundo, melhor deixar rolar e rir um pouco das coisas, parar de encher o saco e não pentelhar as mona nem as mina.

Faço minhas as palavras dazamiga:

Sai, hétero.

P.S.: arrumei nada com a gatinha do tanque rosa.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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