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Uma hora o negócio vai virar

Todo mundo quer “fazer o trampo virar”, mas ouça gente quer pagar o preço. Não tem fórmula mágica: só dá pra alcançar o sucesso com muito trabalho.

Na real, acho um erro, até, esse termo “virar”. É assim que a galera chama o momento em que a carreira alcança dinheiro e bons trabalhos. É verdade que existe um “ponto de virada”, que é quando as entradas são superiores às despesas, mas o que me refiro é a essa ilusão que de uma hora pra outra PLAFT! Começou a dar certo.

A turma não leva em conta os anos de preparação. O tempo investido em networking, estudos… E ainda tem uma paradinha muito importante: o que dá certo pra um pode não dar certo pra outro. As oportunidades chegam diferentes. Além disso, nem todo mundo consegue agarrar as oportunidades quando chegam.

Sim, já conheci artista que teve várias oportunidades e continuou pensando que “um dia irá dar certo”. E é fundamental ter uma boa leitura do momento, saber quais são as oportunidades que te cercam pra entender qual deve ser o próximo passo.

Responsabilidade, nessas horas, é fundamental.

A gente, que vem do subúrbio, não pode vacilar. Tem que chegar cedo sim. Tem que trabalhar em dobro sim. E não falo isso com um pingo de orgulho, mas compreendendo que as coisas pra nós sempre são mais difíceis e que não vamos ter alguém pra nos defender na hora H.

Vai levar tempo e sem apadrinhamento vai levar ainda mais tempo. Porque muita coisa que a gente faz precisa de grana pra investir. Você precisa comer, beber, comprar roupas, pagar pela luz, telefone, internet, Netflix… E enquanto a gente trabalha, estuda e usa o tempo que sobra pra carreira, a turma com grana tá focada na carreira. E eles conseguem em um ano o que a gente consegue em cinco.

Pura matemática.

O jogo é sujo e não é pra todos. Ainda assim a gente continua, né. Uma hora o jogo vira.

Ou, quem sabe, o trampo mesmo.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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