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‘Cuidado com o Neguin’, ‘Artrash’ e ‘Salgueiro Black Music’: provas de que resistir nem sempre precisa ser doloroso

“Durar, subsistir, conservar-se: apesar de doente, vou resistindo” esse é um dos significados para o verbo ‘resistir’ dado pelo Dicionário Online de Português, o Dicio. Desde que esta coluna voltou a ser produzida, há a preocupação de demonstrar como as periferias e favelas da cidade do Rio de Janeiro encontram novas maneiras de se impor à exclusão e violência cotidianamente impostas a elas.

Foto: Reprodução/Internet
Foto: Reprodução/Internet

A peça ‘Cuidado Com Neguin’ se propõe exatamente a isso, encontrando no poder das narrativas alternativas seu espaço para falar sobre racismo, desigualdade social e o cotidiano de um jovem negro favelado. “… a gente precisa se olhar… Se comunicar. Contar um com o outro. Contar um para o outro. Estar um pelo outro…” disse o autor da peça, Kelson Succi, ao Manual do Rolé.

O espetáculo é um monólogo, também protagonizado e dirigido por Kelson, e conta com 12 performances, que podem sofrer alterações constantes de acordo com as vivências do autor, que é cria do Complexo do Alemão.

Como alguém que entende a dificuldade de quem vive afastado dos grandes centros urbanos para chegar ao teatro, o diretor do espetáculo resolveu expandir o projeto para outras plataformas, como as redes sociais, por meio de gravações de performances inéditas, aumentando o alcance da história. Quanto a peça teatral, ela será encenada nesta sexta-feira (30) no Centro de Artes da Maré (Rua Bitencourt Sampaio, nº 181, Maré), a partir das 20h. A entrada é gratuita.

Já que estamos falando sobre arte, a próxima edição da ‘Artrash’ chega em boa hora. Em 2016, um coletivo de artistas independentes criou o evento que é uma exposição de arte com foco nos artistas locais da zona oeste, misturando a isso algo mais chamativo para os jovens: uma festa – com DJs – que sempre acontece depois da exposição das obras.

Foto: Reprodução/Internet
Foto: Reprodução/Internet

“O que mais me motiva a continuar fazendo a Artrash é ver o brilho nos olhos de cada artista e como ele se sente bem expondo seu trabalho, tendo meio que uma retribuição [do público]” contou Miguel Pereira, um dos criadores do evento, à coluna do Voz das Comunidades.

O diferencial desta edição é que os artistas de todo o estado foram convidados a expor, através de chamadas públicas via redes sociais, trazendo representantes de várias áreas do Rio. A ‘Artrash’ acontece neste sábado (1), no Espaço Cultural Arlindo Cruz (Rua Mal. Joaquim Inácio, S/N, Realengo), a partir das 17h. Os preços dos ingressos são de R$ 10,00 a inteira e R$ 5,00 a meia-entrada.

Foto: Geyse Ferreira
Foto: Geyse Ferreira

É comum ouvirmos que ser feliz é uma das melhores formas de resistir, e isso não é problema algum para os charmeiros que frequentam o ‘Salgueiro Black Music’. O que começou como uma resenha entre amigos apaixonados pelo charme, ritmo que não era muito apreciado pelos arredores da Tijuca, se tornou um dos maiores encontros de charmeiros da cidade.

“Nossa intenção é manter a raiz da Black Music nas comunidades e passar isso para as novas gerações” disse Geyse Ferreira, fotógrafa do evento, durante um papo com a coluna.

O baile charme acontece em todo primeiro domingo do mês e a próxima edição acontece neste domingo (2), a partir das 16h, na quadra do bloco Raízes da Tijuca (Rua Potengi, nº2, Tijuca). A entrada é gratuita.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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