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Alemão, ou melhor, polonês

O Morro do Alemão é oficialmente, desde 1993, um bairro. Na origem, havia ali uma enorme fazenda que perdurou até o final do anos 1940 e que deu origem ao nome do lugar, posto que seu primeiro proprietário, um imigrante de origem polonesa, de aparência ariana, foi confundido pelos moradores da época com um germânico. Com o tempo, a designação “Alemão” se estendeu a partes dos bairros vizinhos de Ramos, Penha, Olaria, Inhaúma e Bonsucesso.

Hoje, quinze favelas formam o complexo do Alemão: os Morros da Baiana e do Alemão, Alvorada, Matinha, Morro dos Mineiros, Nova Brasília, Pedra do Sapo, Palmeiras, Fazendinha, Grota, Morro da Chatuba, Caracol, Favelinha, Caixa D’água e Morro do Adeus.

A explosão demográfica que geraria inúmeras invasões nos terrenos do “Alemão” nos anos 80 tivera início após o então governador Leonel Brizola desapropriar parte da antiga fazenda para dar espaço aos migrantes nordestinos que chegavam para tentar a sorte no Rio. A década seguinte veio com o tráfico de armas e drogas, que só aumentou seu império de dominação nos vinte anos seguintes.

Também conhecida como “o berço dos bailes funk”, a região realizou festas famosas como as da Chatuba e Grota, que varavam a noite regadas a drogas e sexo, inclusive entre menores de idade.

No final de 2010, o Alemão foi palco de uma invasão “cinematográfica” da Polícia Militar, com apoio da Marinha. E a operação especial para tomar o controle da Vila Cruzeiro, quem não lembra? Os traficantes fugiram para o complexo do Alemão e, no dia 26 de Novembro, as polícias Militar, Federal e Civil, ao lado das Forças Armadas, se posicionaram nos arredores do morro para tentar dar fim ao controle do tráfico na região.

Ainda sob proteção do Exército nas ruas, o Alemão, durante décadas esquecido e mesmo segregado pelo poder público, aguarda agora pela instalação de uma UPP, que promova a pacificação, a exemplo de outras comunidades como a Rocinha, o Morro da Providência, o Pavãozinho Cantagalo em Ipanema, entre outras já pacificadas.

Via: http://www.mobilize.org.br

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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