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Atleta com deficiência visual não consegue passagem gratuita para competir no Espírito Santo

Joselino e seu guia, o senhor Francisco de Assis Soares de Melo, de 75 anos. Foto: Arquivo Pessoal
Joselino e seu guia, o senhor Francisco de Assis Soares de Melo, de 75 anos. Foto: Arquivo Pessoal

Após várias tentativas sem sucesso, Voz da Comunidade e leitor do jornal pagam passagens para corredor e acompanhante

Portadores de deficiência têm direito a reserva de duas vagas gratuitas em cada veículo do tipo convencional. O benefício é válido para todos os dias e horários. Ainda assim, Joselino Gercino da Silva, morador do Complexo do Alemão, enfrentou dificuldades para conseguir o benefício da passagem gratuita interestadual e, assim, voltar de uma corrida em Vitória, no Espírito Santo, no último dia 18.

O atleta, de 39 anos, é portador de glaucoma; perdeu totalmente a visão do olho esquerdo e possui cerca de 5% da visão direita. Joselino foi até a rodoviária Novo Rio para retirar sua passagem e a passagem de ida e volta de seu acompanhante, mas conseguiu apenas o bilhete de ida: não havia mais gratuidades para o domingo (18).

Sem saber que atitude tomar, o corredor entrou em contato com o Voz da Comunidade e pediu ajuda. Buscamos respostas das empresas para saber a sua posição. A justificativa das duas companhias de viação que fazem o trajeto Rio – Vitória foi de que os ônibus comuns já estavam com as duas vagas preenchidas.

A equipe do Voz da Comunidade consultou no Twitter se alguma empresa aérea ou rodoviária poderia ajudar o atleta e seu acompanhante. Apenas duas empresas responderam, mas não puderam ceder as vagas.

Joselino e seu guia, o senhor Francisco Assis Soares de Melo, de 75 anos, conseguiram participar da corrida com a ajuda de um leitor, que preferiu não se identificar, e da ONG Voz da Comunidade.

Apesar do problema, a boa notícia é que eles chegaram em 2º lugar na corrida de 16 km. O atleta voltou para o Complexo do Alemão agradecido e com vontade de vencer, de correr ainda mais e mais rápido. Conte com a nossa torcida e o nosso apoio, Joselino!

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Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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