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Estações Culturais do Complexo do Alemão é inaugurada

Começou sábado dia 13 de Abril o evento Estações Culturais nas estações do Teleférico do Complexo do Alemão, que é uma iniciativa de ONGS locais, grupos culturais com apoio e parceria da Supervia e tem o objetivo de mostrar os trabalhos realizados, além de levar cultura e lazer para a comunidade.

Lucia Maria Oliveira e Ellen Serra da AMA (Associação Mulheres de Atitude)
Lucia Maria Oliveira e Ellen Serra da AMA (Associação Mulheres de Atitude)

Em cada estação do teleférico houve uma dinâmica cultural. Na estação Adeus teve exposição de artesanato e apresentação de dança com crianças. A ONG responsável foi a AMA (Associação Mulheres de Atitude). Ela tem como objetivo inserir a mulher no mercado de trabalho, e também ajudar seus familiares oferecendo oficinas de capacitação, artesanato e aulas de dança. Uma das fundadoras do Grupo Ellen Serra, está confiante com a proposta do evento. “Nós temos uma serie de atividades que podemos mostrar para todo mudo ver o que o Alemão sabe fazer”.

Na estação Alemão o Instituto Raízes em Movimento que tem objetivo de promover o desenvolvimento humano, social e cultural no Complexo do Alemão apresentou roda de capoeira, grafite, tendas com som, atividades para crianças, artesanato e, oficina de costura.

Rosângela de Freitas
Rosângela de Freitas – Foto: Renato Moura

A carpinteira Rosângela de Freitas que comandou a oficina achou importante o evento porque pôde mostrar seu trabalho. “ Faço tudo, costuro, faço quadros, tudo que fazemos vendemos também até em outras comunidades” Rosângela é uma das voluntárias da Instituição Amigos do Complexo, que é agregada ao Instituto Raízes em Movimento. Para alguns a oficina funciona também como uma terapia, como é o caso da aposentada Maria Anunciada que sofre depressão e está em tratamento. “Acho bom eu vi no cartaz e me interessou agora estou aprendendo a costurar uma rosa”.
Na estação Baiana o stand da COOPLiberdade ( Cooperativa de reciclagem eu quero liberdade) expôs materiais recicláveis e informativos sobre a destinação correta dos resíduos, além de ensinar as crianças a reciclar o lixo através da brincadeira. A cooperativa tem o objetivo de gerar trabalho e renda para egresso do sistema prisional, dependentes químicos e moradores de rua. Ela reaproveita os resíduos líquidos como óleo de cozinha para transformá-lo em sabão e vela, e também os resíduos sólidos como papelão, plástico, pet que são transformados em artesanato.

O catador e criador da cooperativa Robson Borges explicou que é muito simples separar o lixo. “As pessoas tem uma visão muita burocrática de separar resíduo, acha que precisa ter 10 sacolas em casa e que vai dar trabalho”. Robson também destacou a importância do evento para a proposta da cooperativa. “ Eu estou vendo uma oportunidade de interagir com as pessoas da comunidade, de mostrar o nosso trabalho, de educar. Para que elas possam entender que não é um beneficio material, é qualidade de vida ”

Criador da cooperativa - Robson Borges
Criador da cooperativa – Robson Borges  – Foto: Renato Moura

Na estação Itararé o INECC ( Instituto de Ensino e Comunicação Comunitária apresentou música MPB). O Instituto oferece cursos gratuitos de dança, teatro, música e audiovisual para moradores do Complexo do Alemão ou de outras localidades. Para o músico Chico Reis, o evento proporciona um pouco de cultura para a comunidade além de valorizar os artistas locais. Luiz Carlos Sales, fundador da Instituto destacou a importância da pacificação neste processo cultural. “ As pessoas de fora podem vir aqui e ver o que tem de bom dentro do Complexo do Alemão antes só era mostrado coisas ruins hoje temos a Estação Cultural”.

Instituto de Ensino e Comunicação Comunitária apresentou música MPB
Instituto de Ensino e Comunicação Comunitária apresentou música MPB  – Foto: Renato Moura
Mara Adell
Mara Adell

Na estação Palmeira o Bloco do Complexo se encarregou de animar os visitantes. A Feira de Economia Solidária mostrou oficina de artesanato com materiais recicláveis. A “ Economia Solidária” é uma rede produtora de economia que auxilia e orienta o produtor a melhorar seu produto para que o mesmo seja vendido. A criadora da rede, Mara Adell disse que para trabalhar na feira com eles basta fazer seu próprio produto.

Os visitantes estavam bem animados, Milla Prudêncio que mora no Rio mesmo nunca tinha visitado o Alemão, mas gostou muito e ficou surpresa “Muito diferente do que passa no jornal é mais animado e bonito” Milla viajou em todas as estações e disse que pretende voltar.

A Secretária de Cultura Adriana Rattes visitou o evento e disse que será inaugurada uma biblioteca no Alemão no segundo semestre desse ano. A Secretária elogiou o evento “ Aqui tem potencial para atrair turista nos finais de semana além de mostrar os valores do Alemão, mostrar o que se faz aqui que é muito bacana. Tem muita gente criativa, talentosa e empreendedora”.

A Secretária de Cultura Adriana Rattes
A Secretária de Cultura Adriana Rattes  – Foto: Renato Moura

O vice – governador Luiz Fernando Pezão também visitou o Alemão e ficou surpreso. Ele disse que levou um susto quando viu a evolução do Alemão depois da visita que fez em 2007. “Aqui é uma cidade, e hoje é uma cidade que agente sabe que tem muita coisa para ser feita, mas que evoluiu muito. Isso mostra que quando o poder público interage com a comunidade dá para fazer as coisas, isso que é a grande semente que o alemão plantou, não só da pacificação, mas também de trazer cultura cidadania, de trazer dignidade. de ver que as crianças, os jovens podem ter uma vida diferente. Oportunizar isso é muito legal”. O vice-governador disse que fará mais nove mil moradias divididas entre Complexo do Alemão, Jacarezinho e Manguinhos. Ele informou que 81 terrenos já foram desapropriados.

Vice-Governador com os moradores do Alemão.
Vice-Governador com os moradores do Alemão.  – Foto: Renato Moura

O evento Estações Culturais vai até Dezembro deste ano.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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