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Trabalho comunitário: um caminho de oportunidades

Dona Antônia exibe o material produzido na comunidade - Foto: Betinho Casas Novas
Dona Antônia exibe o material produzido na comunidade - Foto: Betinho Casas Novas

Quem vive no PPG certamente conhece a Dona Antônia e, se não conhece, deveria. Ela é uma das figuras mais representativas da comunidade, prestando serviços há mais de 30 anos. Antônia Ferreira Sores, 64 anos, nasceu em Passo do Lumiar, no Maranhão. Aos 22 anos veio visitar o Rio pela primeira vez e nunca mais foi embora. É que uma prima insistiu em procurar emprego com ela, sem que ninguém soubesse. Quando deu tudo certo, ficou difícil da família obrigar a menina a voltar. O primeiro emprego aconteceu numa loja varejista, onde Dona Antônia conheceu João Luiz, seu futuro marido e pai de seus filhos. E quando formou família, foi morar no PPG – isso, na década de 70.

Quando seus dois filhos, Márcia e Augusto, chegaram à idade de frequentar a escola, Dona Antônia resolveu se envolver com a área social do morro, trabalhando na secretaria da Associação de Moradores.

Às vésperas do Natal de 1983, um acidente com a queda de uma caixa d’água deixou 14 mortos e dezenas de desabrigados na comunidade. Foi quando o Estado entrou no PPG e, em contato com a Associação, conheceram o trabalho de Dona Antônia. Pouco tempo depois ela foi convidada a trabalhar numa Secretaria de Estado.

O trabalho na Secretaria foi um divisor de águas na vida de Dona Antônia. A partir dali, ela começou a querer mudar. Voltou à escola e cursou o ensino médio supletivo. Embora tenha sido desacreditada sobre a possibilidade de aprovação no vestibular, continuou estudando e foi aprovada para cursar Biblioteconomia na UniRio. E se engana quem acha que Dona Antônia parou por aí. Somando esforços e com a ajuda de seus chefes no gabinete do Estado, ela fez um mestrado em Administração Pública. Hoje, aos 64 anos, coloca toda a sua sabedoria em prol da comunidade.

Dona Antônia exibe o material produzido na comunidade - Foto: Betinho Casas Novas

Dona Antônia exibe o material produzido na comunidade – Foto: Betinho Casas Novas

Hoje ela faz trabalho artesanal e inclui jovens e idosos em trabalhos empreendedores por feiras em todo o Rio; além disso, coordena o MUF (Museu de Favela) e está por dentro de quase tudo o que acontece no âmbito artístico e cultural do PPG. “Eu me considero uma mulher vitoriosa. Quando olho para trás, me considero uma vencedora porque fui uma criança que shadowsocks nasceu no interior no Maranhão e que conquistou tudo o que tenho hoje. Nunca abandonei o trabalho comunitário, pois sei que foi através dele que consegui muito do que tenho. Se eu não tivesse entrado no Conselho Escolar, quando meus filhos eram pequenos, não teria tido primeira oportunidade. E depois da primeira, foram só vitórias”, conta Dona Antônia, agradecida.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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