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De blog a site comunitário, FavelaDaRocinha.com evolui para melhor informar o morador

Equipe do FavelaDaRocinha.com - Foto: Divulgação
Equipe do FavelaDaRocinha.com - Foto: Divulgação

O site FavelaDaRocinha.com, criado por Leandro Lima, existe há nove anos na comunidade, retratando de forma profissional a realidade dos moradores. Na época da sua criação, em formato de blog, o informativo tinha o objetivo de mostrar uma visão diferenciada do que acontecia na favela, além de dar oportunidade para quem escolheu o jornalismo como profissão. Hoje, com o site reconhecido dentro e fora da Rocinha, a ideologia continua a mesma.

O início do projeto, em 2008, foi muito difícil para seu idealizador, ele estava no meio do processo seletivo para trabalhar no PAC Social e do vestibular para jornalismo. Por conta disso, recebia muitas informações e ao mesmo tempo ouvia muitos boatos. Daí veio a ideia de reunir essas notícias para informar com mais precisão ao morador.

Leandro não tinha muito conhecimento em criação de blog personalizado, e, por conta disso, os primeiros passos editando com a plataforma Joomla não foram fáceis. Precisava usar dois computadores, um para aprender como executar os comandos da ferramenta e outro para montar a página. Com todas as dificuldades, como a falta de tempo, uma vez que começou a trabalhar no Canteiro Social, o informativo levou seis meses para ser finalizado.

O FavelaDaRocinha.com começou com duas pessoas Leandro e Diego Costa, hoje conta com uma equipe de sete integrantes, alguns já formados e outros cursando jornalismo. Conta também com gestor de projetos, designer e fotógrafo.

Marcos Barros atua como revisor, é formado em jornalismo pela PUC-Rio e está no projeto desde 2010, atuando nele, pode contribuir para que os moradores da Rocinha tivessem informações de qualidade sobre a comunidade.

“Com o FDR eu tive a oportunidade de cobrir o processo de ocupação militar e falar na Rede Globo sobre a importância do nosso trabalho dentro da favela”, afirma Marcos.

Desde 2008 o site tem informado a Rocinha com a visão do próprio morador. Isso fez com que o projeto ganhasse prêmios e editais, como o mais recente: Ações Locais Rio 450 anos. Em alguns momentos, foi possível sair do campo do jornalismo para realizar algumas ações sociais.

“Realizamos ações na área da educação, com a Rádio do Amanhã e Olhos da Rocinha. Também na cultura, envolvendo alguns atores culturais para se apresentarem no Planetário da Gávea, na semana do Rio+20, realizamos a Primeira Mostra Artística da Rocinha. Na arte, ganhamos uma exposição permanente na Biblioteca Parque da Rocinha C4”, explica Leandro.

O site recebeu um grupo de novos repórteres para ajudar na produção de matérias. Camila Garcia, 24, estudante de jornalismo que mora na região conhecida como Pastor Almir, está desde o final de 2015 no FDR e acredita que o projeto dá visibilidade aos profissionais de comunicação que moram na Rocinha.

“Interessei-me em fazer parte do site porque posso pôr em pratica o que aprendo na faculdade de jornalismo, além de ajudar a divulgar notícias sobre a Rocinha e seus moradores. Acho bacana expor a favela para pessoas que tem uma realidade diferente da nossa”, revela Camila.

De acordo com Leandro Lima, o plano é dar continuidade ao trabalho. Ele explica que por conta de ser um site, é preciso acompanhar as evoluções tecnológicas e se atualizar sempre dentro da linguagem digital. Hoje, o site firmou parceria com o Voz das Comunidades, escrevendo matérias sobre a Rocinha no jornal que mostra notícias das favelas da Zona Sul. A distribuição é mensal nas favelas que faz parte do impresso. Além disso, produz matéria no campo audiovisual.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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