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Jovens empreendedores modernizam o atendimento nas barbearias da Vila Kennedy

Foto: Junior Santana/Voz das Comunidades
Foto: Junior Santana/Voz das Comunidades

Em praticamente qualquer lugar do Rio tem uma barbearia. Como se diferenciar em um local onde outros barbeiros oferecem o mesmo serviço há anos? Investindo em uma experiência personalizada para cada cliente. Foi o que pensou Vitor Rodriguez, 32 anos, ao abrir a Dom Petrux, na Estrada do Quafá. Sucesso em outros bairros, esse estilo jovem de empreendimento chegou a Vila Kennedy. É o que chamam hoje de barber Shop, uma junção de barbearia, bar, loja de roupa e estúdio de tatuagem. A Dom Petrux conta com uma decoração que lembra os anos 60, luz ambiente, com cadeiras clássicas de barbeiro, wifi livre e uma cartela de cervejas artesanais.

Foto: Junior Santana/Voz das Comunidades
Foto: Junior Santana/Voz das Comunidades

Vitor é formado em arquitetura, foi ele que projetou a barbearia. Ele trabalhava como arquiteto, mas houve uma desaceleração no mercado de construção civil, ficou desempregado. A reviravolta aconteceu quando ele conversou com um amigo cabeleireiro, que apresentou a proposta do negócio, um barber shop. Vitor já tinha o espaço e gostou da ideia, apesar das pessoas dizerem que na Vila Kennedy não existir público para aquele tipo serviço ele arriscou. “A proposta foi uma pouco audaciosa por ser dentro de uma comunidade, muitas pessoas me orientaram a não fazer aqui, achavam que não teriam público, mas temos um público excelente, 80% dos clientes são da área”, confirma Vitor. A origem do espírito empreendedor vem de família conta Vitor, “minha avó veio da Paraíba para o Rio ela participou da fundação da Vila Kennedy, era uma das removidas de Ramos. Foi uma percussora em vender toalhas de renda na praia de Copacabana, trabalhou 52 anos como camelô”.

Muito mais que oferecer cortes de cabelo, a barbearia tem um serviço chamado Barboterapia, um cuidado especial com esfoliação e produtos específicos para o cabelo, barba e bigode. O atendimento pode ser agendado por aplicativo de celular. Com 7 meses de barbearia aberta, o seu quadro de funcionários e composto todo por moradores, hoje ele emprega doze pessoas direta e indiretamente. Há também um espaço em frente ao estabelecimento destinado a eventos musicais abertos ao público. Vitor investe em capacitação dos seus barbeiros, e também dos barbeiros locais, recentemente ele ofereceu um workshop gratuito na sua barber shop, o intuito era reunir os profissionais da área para que todos pudessem melhorar seu negócio e oferecer atendimento diferenciado para seus clientes. Criando uma rede de profissionais parceiros e não concorrentes.

Workshop dos barbeiros Foto: Divulgação
Workshop dos barbeiros Foto: Divulgação

Na Vila Kennedy, ele não é o único que está mudando o modo de atender os clientes. Na Rua Costa Jr, a Barbearia do Buga também faz sucesso há anos. Vanderson da Costa, 31 anos, o “Buga” corta cabelo desde os 16 anos. Sua barbearia era pequena e padrão e há 5 meses ele resolveu fazer uma reforma estrutural e na decoração, adotou um estilo mais clássico parecido com as barbearias da década de 70 dos Estados Unidos, mas o atendimento permanece o mesmo, aos finais de semana, em média, ele e mais um barbeiro fazem 20 cortes de cabelos por dia. “Eu atendia de regata e chinelo, resolvi radicalizar e hoje atendo de uniforme personalizado”, conta.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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