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Ah, o Enem… #OPINIÃO

ARTIGO DE OPINIÃO: Os finais de ano são sempre marcados pelos exames acadêmicos. O quase extinto vestibular, as provas de concurso, e claro, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Parte dos jovens passam o ano inteiro estudando para conseguir uma boa nota, e assim, ingressar no ensino superior. Um país extremamente desigual, com mais de 13 milhões de brasileiros desempregados, sabendo ainda que a maior parte dessas pessoas não tem formação no ensino superior, é realmente assustador.

A gente tem medo de não realizar nosso sonho e virar mais um número na estatística. Mas o que precisamos atentar é que a vida desses estudantes vale muito mais que uma nota. Vale mais que uma redação. Existem inúmeras oportunidades por aí, que não vão te exigir um diploma universitário. Claro que reconheço o tamanho da importância que tem uma faculdade, não descarto o peso positivo que ela exerce, mas vamos pensar em maneiras de se sentir realizados, mesmo se não fizermos uma faculdade.

Vou citar um exemplo, conheço uma fotógrafa incrível que faz um trabalho diferenciado de outros profissionais. Ela não conseguiu entrar pra faculdade. Faltam bolsas de estudo, falta financiamento estudantil, faltam oportunidades. Mas ela consegue fazer um trabalho lindo usando um talento que ela sempre teve. Com sua câmera, ela registra os momentos importantes na vida de alguém, ela fotógrafa o nascimento de uma vida, ela registra uma noiva no altar, ela eterniza esses momentos que são importantíssimos pra cada pessoa. Ela não tem um diploma de faculdade, mas sabe usar o que têm pra gerar renda e se sentir satisfeita com o que faz.

Ouvimos dos nossos pais desde novos que temos que estudar para ser alguém na vida, mas já somos alguém. E uma formação no superior não muda em nada no que a gente já é. Não se sinta inferior por não ter alcançado sua melhor nota no Enem. Existem milhares de formas de você ser um excelente profissional, mesmo sem ter cursado uma universidade.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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