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Cobrança: Prefeitura está devendo moradores de favelas do Rio

“O Prefeito Marcelo Crivella paga quando quer! Estamos sem receber desde o ano passado. A última vez que ele liberou o pagamento foi antes das eleições. Com esse dinheiro eu comprava uma cesta básica, biscoitos e iogurte pros meus filhos. Comprava comida!”

Se tratando da atual administração da prefeitura, essa poderia ser uma reclamação vinda de um servidor público da área da saúde, como vemos em dezenas de relatos praticamente todos os dias, mas o desabafo é da moradora Débora Matias de França, que vive na comunidade do Capão, no Complexo do Alemão e pede que os R$ 139,00 do benefício Família Carioca volte a ser liberado para não faltar comida na mesa. A prefeitura não libera o valor desde setembro do ano passado.

“Na prefeitura do Eduardo Paes ele nunca atrasou, mesmo estando em crise e com todos os outros problemas. Hoje está dando tudo errado e nunca dão uma explicação sobre nada. Não dão informação alguma. Só dizem que está bloqueado por falta de verba”. Além de cuidar sozinha da casa e de três filhos, Débora busca recursos para manter a família trabalhando como autônoma e revendendo produtos de catálogos de revistas.

Criado em 2004 durante o governo Lula, o Cartão Família Carioca é um benefício oferecido pela Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro como alternativa para complementar a renda de famílias mais necessitadas e que já são cadastradas no Programa Bolsa Família. O programa tem como objetivo central garantir maior igualdade de oportunidades para os jovens cariocas, evitando a evasão escolar, pois um dos critérios do recebimento é a permanência das crianças nas escolas e com boas notas, reduzir os atuais níveis de pobreza e indigência da Cidade.

“O benefício ajuda muita família e mesmo sendo pouco para alguns, faz muita falta. Não só para minha, mas para várias outras. Ajuda e ajuda muito! Com esse dinheiro eu ia comprar o material para meus filhos irem para a escola e um pouco de comida. Não  conseguindo emprego por conta da obesidade. Faço uso de remédio controlado pra ansiedade e depressão. Sabe como é?! Ainda existe muito preconceito.” – conta Andréa Soares, que busca emprego como doméstica.

Em resposta a uma moradora através do número 1746, a Prefeitura informou que o valor seria liberado hoje (8). Até o fechamento na matéria, nenhuma das centenas de famílias receberam o benefício e a Prefeitura não retornou as nossas tentativas de contato.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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