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A democratização do Brasil através da participação na política: O primeiro passo começa em nós

O Brasil está enfrentando uma das maiores crises políticas da História do país onde, todos os dias, somos bombardeados por “novos” escândalos de corrupção, vendo máscaras caindo aos poucos a cada investigação e/ou delação premiada, processos de pedido de cassação sendo arquivados e absolvição dos suspeitos/acusados. Diante de tantas reviravoltas, a sociedade está mais dividida do que unida, as pessoas não se interessam pelo o que está acontecendo e a democracia que temos visto está sendo cada vez mais questionada. Por que existe essa polarização? A democracia continua sendo do povo e para o povo? Como sair desse regresso em que nos encontramos?

Atualmente, a política vem sendo definida como uma luta pelo poder e pelos privilégios gerados por ele. Pode ser representado, infelizmente, como um jogo de futebol onde os partidos que deveriam nos representar se tornam “times do coração” e a endeusação de políticos cresce a cada desconfiança das ações políticas e judiciais do Governo em relação a Lava-Jato e a ineficácia das leis. Graças a isso, existe uma polarização que acaba nos distanciando de discussões sobre áreas importantes e essenciais para a população como a saúde, segurança, economia, indústria, educação, projetos sociais, etc. Também tem a questão do impacto causado pelas práticas criminosas (organização criminosa, lavagem de dinheiro, desvio de dinheiro público, corrupção passiva/ativa, propina vinda de empreiteiras, etc.) que afeta todas as áreas que citei anteriormente de diversas maneiras e prejudica tanto as classes mais baixas quanto as médias, aumentando cada vez mais o número de desempregados (segundo o IBGE,mais de 13,8 milhões de pessoas no segundo trimestre de 2017).

Existe pouco incentivo para a população se interessar pela política, lutar pelos seus direitos e saber como funciona de fato por causa da nossa cultura de naturalizar o caos e achar que o problema vai se solucionar sozinho. A repetição histórica de um erro. Por exemplo, a Marcha contra a Violência na Maré realizada em Maio no Complexo da Maré, aqui no RJ, e que foi organizada pelo Fórum “Basta de Violência! Outra Maré é Possível”. Mais de 4 mil vozes unidas na luta contra a violência, que entra nas favelas através das operações policiais e disputas entre facções rivais e devasta várias famílias, mas que pareceu pouco em um lugar com mais de 140 mil habitantes.

Não existe uma fórmula mágica para acabar com a crise que estamos passando mas o ato de reconhecer o seu poder de escolha sobre os candidatos e criar consciência sobre o que está acontecendo já é um enorme progresso. Não dá para depender só deles para provocar a mudança que queremos ver. Saia da sua zona de conforto e se localize no espaço onde você vive através da educação, da cidadania e da participação política em debates, pautas, discussões, movimentos sociais, etc. Tudo isso é apenas o primeiro passo para a criação de novas possibilidades e novos caminhos para solucionar problemas existentes pois, segundo Confúcio, não corrigir nossas falhas é o mesmo que cometer novos erros.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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