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Fake News: Falsa construção da realidade

Vivemos a era digital, basta um clique para comunicar-se com qualquer pessoa no mundo. As informações chegam a todo instante, ficar por dentro do que ocorre ao nosso redor está bem mais simples. Porém, mesmo com tanta facilidade na comunicação, nunca fomos tão desinformados, ou melhor, mal informados.

Desde a última eleição americana, em 2016, na qual Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos, o termo fake news, também conhecido por notícias falsas, virou pauta importante em diversas discussões pelo mundo. Buscando lidar com este problema, muita coisa foi dita e vários estudos vêm sendo realizados.

O assunto é muito abrangente, assim, vamos propor algumas reflexões. Você concorda que um conteúdo pode ser divulgado e interpretado de diversas maneiras? Sendo assim, como busca se informar? Se existe a preocupação em analisar vários lados de um mesmo assunto, buscando conhecer diferentes percepções, você está desenvolvendo um senso crítico interessante. Caso contrário, sua visão da realidade se torna muito limitada aos princípios de determinado grupo, consequentemente, pode se tornar uma pessoa mais suscetível a informações falsas.

Os meios de comunicação como um todo, sempre tiveram poder na formação do pensamento da sociedade, entretanto é importante entender que todo conteúdo é feito para um público, que tem influência determinante no modo como consome a informação. Pesquisadores do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, descobriram que, ao contrário de que muitos pensam, o principal responsável por espalhar informações falsas é o cidadão comum.

Um meme compartilhado no Twitter, um áudio de WhatsApp adulterado, ou até mesmo uma imagem divulgada fora de contexto, são métodos que impulsionam a visibilidade das fake news. Desta forma, a pessoa que divulga a notícia falsa é tão responsável quanto quem a cria.

O assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista, Anderson Gomes, no último dia 14 de março, na cidade do Rio de Janeiro, é um exemplo recente sobre a temática abordada. Houve muita comoção por parte da população, mas também um alto nível de compartilhamento das fake news. Tanta coisa veio à tona, que o site pessoal de Marielle, abriu um espaço nomeado “A verdade”, desmentindo boatos que estavam sendo divulgados sobre a vereadora nas mídias sociais, inclusive por autoridades públicas.

As fake news chegaram a proporções tão grandes, que projetos de lei com o objetivo de punir quem divulga tais notícias, estão gerando discussões acaloradas. Existem dois lados muito fortes, um que defende a aplicação de metodologias que possam controlar a divulgação das informações falsas, e outro que entende essa possível punição, como forma de censura, indo no sentido contrário a liberdade de expressão e a própria democracia.

Como destacado no início do texto, as fake news são um problema que vem acarretando debates sobre assuntos que vão muito além da sua própria temática. É necessário compreender a responsabilidade que cada cidadão possui no processo comunicacional e, que sim, quem as compartilha, propaga o ódio e desqualifica o outro, assim, também tem sua parcela de culpa no processo de divulgação de notícias falsas.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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