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MOVANOS: Prédio abandonado em Ponto Chic vira casa cultural

Movanos - Foto: Matheus Mesquita
Movanos - Foto: Matheus Mesquita

Por: Jeferson Baptista e Alessandra Caldes – Foto: Matheus Mesquita

Objetivo é mostrar que a junção de educação e arte pode mudar vidas

A Casa Movanos, situada na Rua Figueiredo Camargo, 129, no Ponto Chic em Padre Miguel, sempre foi um sonho para os fundadores do Movanos, movimento nosso.

O empreendimento social que surgiu no ano de 2015, liderado por jovens negros da zona oeste do Rio de Janeiro, inicialmente tinha a pretensão de tratar de questões do interior da comunidade, como o racismo, machismo, feminismo, homofobia e outros. O grupo começou com encontros na casa de um dos fundadores, Hudson Batista, de 25 anos. A partir desses encontros, com rodas de conversas e dinâmicas, começaram a ver o Movanos indo para o caminho do empreendedorismo, tornando-se uma empresa social, que não tem um retorno somente para a empresa, mas para a sociedade também.

Em 2016 o grupo fez a primeira tentativa de montar um espetáculo: “O Auto das Consciências”. Com mais de 10 pessoas no elenco, conseguir lugares para ensaiar sempre foi o maior obstáculo. Passaram por várias locações, muitas vezes distantes demais para os atores; além disso, às vezes precisavam cancelar ensaios, inclusive perto de estréia, por conta de problemas com os proprietários do local.

Além desses problemas, outros fatos funcionavam como inspiração para formar a Casa Movanos. Um dos maiores alentos veio dos alunos do Colégio Mochón, em Bangu, onde o grupo ministrou aulas de um de seus projetos, a JTC (Jornada Teatro Corpo), por um tempo. Com o término da Jornada e o desejo que os alunos tinham de continuar as aulas, e pela questão social com os estudantes, viram que não tinha mais jeito, precisavam ter seu próprio espaço.

Além da missão de levar cultura para crianças, jovens e adultos, o grupo Movanos, levando em conta mais uma vez o lado social, decidiu não escolher um lugar que pudesse ser usado imediatamente, mas sim um prédio abandonado, onde poderiam colocar a sua cara e transformar em uma casa cultural.

“Quando se fala na questão da casa vem muito isso de ter o nosso próprio lugar, nosso território” – nos conta Léo Leal, 29 anos, ator e professor de Competência Cênica infantil e adulta.

A casa, na verdade, nasceu da grande necessidade que encontraram durante toda a caminhada do Movanos. Com o espaço e a equipe qualificada, a Casa mostra aos artistas da zona oeste que eles podem ter a mesma qualidade de ensino que as pessoas da zona sul e que a arte pode mudar a vida deles.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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