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O dia da Consciência Negra na favela

williamreis2Meu nome é William, sou nascido e criado no Complexo do Alemão, minhas raízes são da favela. Mas até um tempo atrás, essas raízes eram recheadas de preconceitos, um preconceito criado pela mídia, especialmente.

Se conhecermos um pouco da nossa história aqui no Brasil, sabemos que a favela é um legado da escravidão, até na sua formação multicultural, pois diversos artigos dizem que no Quilombo de Palmares havia não só pretos fugidos da opressão da escravidão, mas também índios e pessoas que sofriam perseguições da Coroa. Mas isso é um assunto mais profundo. Hoje, a favela é um lugar recheado de pretos, nordestinos e tantas outras origens, é uma organização onde temos a nossa própria fonte econômica com o comércio, a cultura da música e dança com o funk, samba, forró e tantas outras misturas culturais. Isso também é um legado dos Quilombos. A favela também sofre perseguições, não mais da Coroa portuguesa, mas da mídia, da polícia e toda estrutura de poder que controla esse país. Na favela possuímos nossos líderes, como era nos Quilombos, pessoas que viveram a opressão, perderam seus amigos.

A favela e o Quilombo tem tudo a ver, só que ela ainda é retratada de forma errada. O Complexo é um Quilombo que resiste com líderes jovens, alguns mais velhos mas cheios de energia e vontade de vencer. Não podemos mais fazer guerra entre a gente, a guerra é outra. A educação é a nossa principal arma: devemos lutar por ela, exigir, não podemos deixar que nossas crianças sejam ví mas do genocídio de identidade que se negam como pretos, que têm vergonha do seu cabelo, vergonha do seu nariz e da sua história – que é linda e que ajudou na construção desse país.

SALVE ZUMBI!

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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