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OPINIÃO – Idioma esquisito

ARTIGO DE OPINIÃO: A criatividade é imprescindível para o crescimento local das zonas periféricas nos centros urbanos. De todo modo, a “economia criativa” exerce um papel de suma importante no conceito de inovação social.  Entretanto logo após a ocupação de algumas favelas na zona metropolitana do Rio de Janeiro, mais precisamente no “cinturão de segurança”. Houve uma grande investida do capital empreendedor neocolonizador cujo sucumbiram às vielas com multinacionais do ramo de serviços, no entanto o segmento pela qual estou escrevendo é o da autonomia de criatividade de pessoas que veem uma oportunidade ao estar criando o seu próprio negócio de modo a fincarem o seu lugar de fala e resistência.

É incomensurável a quantidade de serviços de uma favela, os bares, restaurantes e mercadinhos locais alimentam e fomentam um mercado consumidor por quase independentes. Todavia, esse crescimento foi sendo construído e sobreposto a necessidades básicas dos próprios moradores no qual viram uma oportunidade de “empreender” sem burocracias do estado ou da macroeconomia. Contudo as multinacionais apostaram nesse grande negócio e embarcaram na onda do neoliberalismo empresarial de interesse do capital monopolista o qual foram traduzidos em bens de consumo para as camadas de zonas periféricas de centros urbanos nas “cidades médias” e “globais”, no entanto para isso era necessário uma barganha cujo tivessem o controle do estado na segurança e burocracia dessas zonas. (A UPP é o exemplo máximo de como o estado agiu dentro desse interesse politico-privado de esfera empresarial trazendo consigo as burocracias como: conta de luz, impostos e esmiuçando e disseminando nesses espaços a desvairada investida das tvs a cabo, telefones com fio e a facilidade de entrega das empresas de serviços) esses exemplos supracitados mostram de modo arraigado como essa lógica perversa e cruel gentrifica, higieniza e extirpa a própria concepção local de “empreender criativamente” e sobretudo modifica a sociabilidade existente nas relações humanas. Traçando um esboço do projeto nacional-desenvolvimentista o qual atua em uma mistificação de Brasil, agindo de forma entreguista e neocolonizadora focando apenas nas relações místicas do neoliberalismo. Diante disso esses grupos de pessoas que estão em ascensão socioeconômica corroboram imageticamente com o fluxo de capital especulativo o qual não fica em esfera meramente provinciana de mercado e passa para ordem cosmopolita infiltrando novos consumidores assíduos subversivamente.

Mas enfim, aqui falo e afirmo mesmo com essas máculas desse projeto neoliberal desenfreado de mercado esses logradouros são a vida gastronômica diurna e noturna da favela. As biroscas, barzinhos, mercadinhos, o PF nordestino, caseiro, pizzaria, comida asiática e árabe. Polido de criatividade. Sombreiam o contorno do morro, e aflora a “economia criativa” local, movimentando financeiramente a favela. São peças chave no crescimento dessas pessoas que ali trabalham arduamente de forma autônoma. E falo com a certeza de ver pais que viram a mesma oportunidade, de montar sua lojinha, sem “maquinhas inteligentes” e estacionamento para carros importados.

Esta coluna é de responsabilidade de seus autores e nenhuma opinião se refere à deste jornal.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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