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Vila Olímpica do Complexo do Alemão terá corte de 19 funcionários

Foto: Renato Moura/Voz Das Comunidades
Foto: Renato Moura/Voz Das Comunidades

Segundo dados do portal de Compras da Prefeitura, corte vai atingir todas as áreas

A Organização Social (OS) que vai começar a administrar a Vila Olímpica Carlos Castilho, no Complexo do Alemão, a partir da próxima quarta-feira, 7 de junho, vai ter menos 19 funcionários no seu quadro de pessoal. As informações são da Convocação Pública do Portal de Compras da Prefeitura, site onde anunciam as licitações que estão abertas. Até outubro do ano passado, quando a Vila Olímpica parou de funcionar, cerca de 2.550 alunos estavam matriculados, segundo dados da assessoria de imprensa da subsecretaria de esporte e lazer.

Outras 19 vilas olímpicas espalhadas pelo Rio de Janeiro, como a Miécimo da Silva, em Campo Grande, na zona oeste, também ficaram sem contrato desde outubro passado, como afirmou a subsecretária de esporte e lazer, Patrícia Amorim, através de live na página da prefeitura no facebook. No entanto, o novo quadro de funcionários dessa vila está muito mais farto. Com 9 mil alunos cadastrados, a unidade vai ter no seu quadro de professores de educação física 59 profissionais.

Comparado com o Complexo, serão 153 alunos por professor em Campo Grande para 185 discentes para um único mestre no Alemão. Uma diferença de 32 alunos – uma sala ou quadra cheia – por professor. Uma hipótese para explicar a desproporcionalidade pode ser encontrada longe das leis da administração – perto da política.

A Vila Olímpica Miécimo da Silva é conhecida por ter como “responsável político”, o vereador da base aliada de Marcelo Crivella, Junior da Lucinha, ex-PSDB e atual PMDB. Além de ter passeado em carreatas com o atual prefeito, quando este estava ainda em campanha, andou flertando um cargo no governo.

A Vila Olímpica Carlos Castilho vai funcionar com menos cinco professores de educação física, menos oito membros da administração e menos um enfermeiro, médico, fisioterapeuta, dinamizador cultural, agente comunitário e inspetor de alunos. Antes as aulas aconteciam de terça a sábado, das 07h às 22h.

Quadro de atividades da Vila Olímpica de 2016. Foto: Renato Moura/Voz Das Comunidades
Quadro de atividades da Vila Olímpica de 2016. Foto: Renato Moura/Voz Das Comunidades

Uma fonte que trabalhou na Vila do Complexo do Alemão há mais de seis anos, que preferiu não ter o nome identificado, afirmou que o enxugamento do pessoal vai impossibilitar a manutenção das 15 horas por dia de funcionamento e vai resultar na diminuição da oferta de aulas de capoeira, natação, muay thay, zumba, vôlei e muitas outras para os jovens de uma das maiores favelas do Rio de Janeiro.

Ainda segundo a assessoria de imprensa da subsecretaria de esporte e lazer, o edital para a licitação, das Vilas Olímpicas Carlos Castilho e Miécimo da Silva, além de outras cinco, foi feito pela área técnica, que “calculou considerando o número de atividades, a quantidade de instalações e as metas de atendimento de cada vila”.

Nota subsecretaria de esporte e lazer, Patricia Amorim:

“Existem várias considerações. Primeiro diz respeito ao cálculo apresentado que considera alunos quando em verdade são atendimentos tendo em vista q um aluno pode participar de várias atividades, contando como vários atendimentos para um msm aluno. E, ainda a capacidade instalada de cada equipamento considerando que o Miecimo possui 02 piscinas, campo de futebol com medidas oficiais, pista de atletismo com medidas oficiais, 07 quadras poliesportivas, 02 quadras de tênis e ainda um ginásio poliesportivo c capacidade para mais de 3.000 pessoas sem falar nas inúmeras outras atividades. Desta forma, o cálculo não pode ser proporcional.

Segunda parte: Todos os equipamentos esportivos sofreram cortes tendo em vista a disponibilidade de recursos. Assim, priorizou-se os profissionais de educação física por tratarem da atividade finalística do equipamento.”

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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