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Gari: O que seria da limpeza das nossas cidades sem esses profissionais?

#ProfissõesDesvalorizadasParte1 – Gari

No sábado (07), caminhando pelo o centro de Belo Horizonte, encontrei Elisângela Pereira da Silva de 46 anos e Gilmar Rodrigues da Silva de 56, dois garis da capital de Minas Gerais.

Elisângela, que não permitiu fotografar, conta que trabalhava em casa de família, onde era humilhada e o salário não ajudava nas despesas da casa. Por necessidade começou a trabalhar como gari na grande capital de Minas Gerais. O sonho de Elisângela era ser professora, mas por não ter condições financeiras, ela perdeu as esperanças de fazer uma faculdade. Sobre a profissão atual, ela diz gostar de trabalhar como gari, porém contou que sofre diariamente com o preconceito. “Se eu entro em uma loja com o uniforme do meu trabalho as pessoas me olham com um certo nojo e comentam entre elas. Isso me incomoda muito”, contou a gari que ainda tem convicção de que um dia a sociedade valorize sua profissão.

Gilmar Rodrigues, senhor de 56 anos. Foto: Gabrielly Coelho
Gilmar Rodrigues, senhor de 56 anos. Foto: Gabrielly Coelho

Gilmar Rodrigues, um senhor de 56 anos, que estudou até a 8ª série e atualmente trabalha como gari em BH, também começou a trabalhar nessa profissão por necessidade, pois estava desempregado e conheceu a profissão através de um amigo. Ele trabalha há 3 anos como gari e nunca sofreu nenhum tipo de preconceito, disse que gari é uma profissão boa, mas reconhece a rotina cansativa. Em média, seu salário é de R$ 940,00 e a empresa em que trabalha oferece ticket de alimentação. Ele citou um fato muito importante: “Nós usamos luvas, mas nos machucamos muito quando recolhemos lixos com vidros quebrados ou outros objetos que podem perfurar, como o palito de churrasco. Infelizmente ainda acontece muito isso”. Na opinião dele, as pessoas deveriam pensar mais no próximo e que se cada um deixasse um papel em cima do lixo escrito que ali tem vidro, ou colocasse o vidro enrolado em um jornal, ajudaria no trabalho dos garis.

Em relação a carga horário, Gilmar e Elisângela disseram que trabalham de 07h às 15h30min.

Ambos sentem orgulho da profissão e acreditam que um dia os garis serão valorizados. Existe muito preconceito nessa profissão, porém não podemos esquecer que são eles que cuidam da limpeza das nossas cidades. Por esse motivo, eu criei um projeto para mostrar à população a importância do reconhecimento com esses profissionais. Serão 4 matérias sobre algumas profissões desvalorizadas no Brasil, a intenção do projeto não é mostrar somente o lado negativo, mas a realidade de modo geral.


e3IiEJEPMe chamo Gabrielly Coelho, sou mineira e tenho 17 anos. Estudante apaixonada por jornalismo e escritora de artigos do portal Voz das comunidades.

https://twitter.com/gabicsantos

 

 

 

 

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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