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Sem salários, trabalhadores da Clínica da Família denunciam descaso e pedem socorro

“E o pior, é que não dão previsão e nem satisfação  de nada! Eu estou passando necessidade. Não pagam nossos salários!”

Trabalhadores da Clínica da Família denunciam que estão sem receber o pagamento desde o ano passado, e reclamam da falta de repasse de verba da prefeitura para a Viva Rio, OSS (Organização Social de Saúde) responsável pelas clínicas.

Uma Agente Comunitária de Saúde da região relatou que isso não acontecia antes e agora com o salário atrasado está passando necessidades em casa.

“Tem 2 anos mais ou menos que eles atrasam o salário, porque tem dificuldade em relação a verba, eu não sei o porquê. Eu sei que chega Novembro, Dezembro, e aí começa atrasar. Ano passado eu não passei sufoco porque eles recarregavam pelo menos o nosso ticket (mesmo atrasando) 15 a 20 dias. Esse ano nem isso! E o pior, é que não dão previsão e nem satisfação  de nada! Eu estou passando necessidade. Não estão pagando nossos salários!”

Sem respostas, os funcionários estão com medo de perder o emprego, já que recentemente houve um corte de em média 400 funcionários. Diante desta situação o sindicato da categoria se posicionou com a tentativa de chamar atenção para o problema.

” O sindicato está ativo, tivemos assembléia, fizemos a votação e foi deliberado a greve não presencial. Fizemos uma escala onde 50% tem que estar atuando e os outros 50% em casa, até a situação se reverter. Nós chegamos a marcar um ato na Penha e fomos obrigados a cancelar porque a prefeitura ameaçou de que os funcionários que fossem ao ato seriam demitidos.” Relatou a ACS.

Com a equipe funcionando com metade do quadro de funcionários reduzido, as clínicas estão atendendo somente os casos mais graves e os agentes de saúde que vão até a casa das pessoas, priorizando apenas os pacientes que precisam de acompanhamento em tratamentos.

Isso vem prejudicando a população, já que não conseguem obter um serviço de saúde de qualidade e que consiga suprir a demanda da região do Complexo do Alemão.

“Lá na clínica todos os funcionários não estão recebendo! Então todas as categorias estão fazendo greve não presencial que está sendo deliberada pelo sindicato, ou seja, a gente não está indo trabalhar todos os dias, já na unidade do Alemão eles não aderiram a greve. Estão indo trabalhar sem receber. Os ACS do Alemão não aderiram porque estão sendo ameaçados”.

É com a faca no pescoço e sem a certeza do pão de cada dia que muitos funcionários se encontram no momento. Algumas famílias entraram em contato com o Voz das Comunidades, pedindo ajuda para conseguir cestas básicas para sobreviver nesse momento tão difícil.

E aqui fica o pedido de socorro de funcionários da saúde pública do Rio de Janeiro. Aqueles que tanto ajudam a população são os que estão precisando de ajuda agora.

Em nota a Secretaria de Saúde disse que a prefeitura do Rio liberou nas duas últimas semanas R$ 142,1 milhões para os pagamentos das organizações sociais gestoras das unidades de saúde. Os valores são liberados conforme a tramitação administrativa e compensação bancária. Os últimos pagamentos ainda em aberto, incluindo o das unidades da região do Complexo do Alemão, estarão nas contas das OSs na semana que vem.

EM NOTA

Em nota, a Secretaria de Saúde informou que a prefeitura do Rio liberou nas duas últimas semanas R$ 142,1 milhões para os pagamentos das organizações sociais gestoras das unidades de saúde. Os valores são liberados conforme a tramitação administrativa e compensação bancária. Os últimos pagamentos ainda em aberto, incluindo o das unidades da região do Complexo do Alemão, estarão nas contas das OSs na semana que vem.

LEIA TAMBÉM: CAPS João Ferreira pede socorro com carta à população. 

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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