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Um papo relíquia com Roberto Custódio, atleta da Seleção Brasileira de boxe e morador da Maré

Roberto Custodio - Foto: Arquivo Pessoal
Roberto Custodio - Foto: Arquivo Pessoal

O Papo relíquia desta edição é com Roberto Custódio, atleta da Seleção Brasileira de boxe, que depois da morte de seu pai, vítima de violência na própria comunidade, entrou num projeto no Complexo da Maré chamado ‘Luta pela Paz’, no ano de 2001 com 14 anos para encontrar uma forma de vencer na vida e papo reto, ele encontrou, se liga no papo!!!

Roberto, quando, através de quem, e por que você entrou no projeto Luta pela Paz?

Entrei no projeto luta pela paz no ano de 2001, a convite de um ex aluno conhecido como Brás, no ato do convite eu trabalhava em uma locadora de vídeo cassete junto com um amigo, aí me interessei muito quando fui conhecer o espaço das aulas de boxe. O meu maior interesse no início em aprender a luta seria para minha auto defesa.

Você tinha quantos anos quando começou a treinar? Sempre gostou de boxe?

Eu tinha 14 anos e antes de fazer boxe,com 11 anos eu fazia aula de capoeira. Nunca passou pela minha mente em aprender boxe.

Como cria de favela, você alguma vez pensou em formar no tráfico?

Nunca me interessei em fazer uso de drogas muito menos em entrar pro tráfico , sempre fui bem preservado, umas das maneiras de chamar atenção da minha comunidade foi ser lutador. Percebi que as lutas de boxe que aconteciam dentro do comunidade chamava muita a atenção dos moradores e os lutadores eram bem conhecidos e comentados após suas lutas.

Já passou pela sua mente em algum momento a palavra desistência?

Nunca pensei em desistir. Sempre que estava me sentindo pra baixo procurava novos objetivos e alvos pra alcançar.

E o que te motivou a permanecer no Luta pela Paz até hoje?

O que me faz permanecer no Luta pela Paz, é que o Luta pela Paz pra mim não é um projeto, e sim uma família, o contato, as portas, a confiança que eles depositam em mim e os apoios, fazem com que nos mantenhamos sempre unidos e acreditando uns nos outros. Tudo com um só objetivo que é a inclusão social e Cidadania.

Quem são suas referências no boxe? e na vida?

Minha referência no boxe é o Floyd, Sugar Ray e Éder Jofre. Na vida é minha mãe, guerreira que nunca desistiu dos filhos mesmo com tantas dificuldades.

Que sugestões você daria pra quem está iniciando nessa carreira?

O esporte é individual, depende muito da gente. Queira ser o melhor em tudo que fizer. Se dedique e confie no seu potencial.

Quais foram seus títulos no boxe?

Tricampe­ão do cam luvas de ouro em S.P(2007,2008 e 2009), Bicampeão brasileiro(2010 e 2011), Campeão continental(2013), Medalhista de bronze no campeonato Sul Americano(2014) e medalhista de ouro no campeonato Pré- Pan Americano em 2015.

Já que você é pugilista vamos fechar com luvas de ouro, dá teu último papo pra concluir nossa entrevista?

Quero agradecer de todo meu coração a ONG Luta pela Paz, por tudo que eles fizeram e fazem por mim. Por todo o aprendizado na formação da minha personalidade. Ao Meus treinadores por cada tempo de treino, conversas, brincadeiras, puxões de orelha. E a minha família por me dar apoio e me manter sempre calmo e tranquilo nos momentos tristes e confusos. Aos amigos que torcem e acreditam no meu trabalho, a dedicação em chegar na minha meta como atleta, pois eles são os que me dão força, pra nunca desistir e seguir em frente sempre pensando em melhorar.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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