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Violência no futebol: Que o sangue não manche a grama

Após a Copa do Mundo no Brasil e toda a visualização mundial em torno do “País do Futebol” gerava uma espécie de fôlego para uma reviravolta no esporte, que ganharia ares profissionais com novas arenas e dignas de um país referência na modalidade, os clubes se movimentaram para conseguir seus estádios em “padrão FIFA” e alguns foram colocados em capitais para desenvolver o espetáculo.

Com a promessa de trazer uma nova estrutura esportiva se inspirando em exemplos de fora do país, o que encontramos agora é algo diferente do que era esperado com esse legado do evento, exemplo disso o estádio da final da Copa de 2014, o Maracanã, é alvo de investigação por corrupção e enfrenta problemas de licitação, hoje está embargado de receber jogos pois tramitam processos, que por sua vez impediram a realização do clássico entre Vasco x Flamengo ocorrido em São Januário no último sábado pelo campeonato brasileiro.

Clássico onde vimos o pior exemplo que o esporte pode oferecer a quem pratica e acompanha, cenas de barbaridade entre as torcidas organizadas do Vasco e um ambiente que inibe a ida de crianças, mulheres e idosos a saldar uma partida de futebol.

Foto: Reprodução/internet
Foto: Reprodução/internet

Números de mortes antes da Copa do Mundo no Brasil.
2010: 12 pessoas Morreram por causa de futebol no Brasil.
2011: 11 pessoas Tiveram a morte comprovadamente ligada a rixas de torcidas.
2012: 23 pessoas Foram mortas por torcerem por times diferentes. Nesse ano, a violência do futebol dobrou.
2013: 30 pessoas Foram assassinadas por torcedores rivais. Foi o maior número da História.
2014: 18 pessoas Morreram por causa de futebol no Brasil. A redução se deveu à pausa para a Copa do Mundo.

Dados retirados desta matéria: https://www.google.com.br/amp/s/oglobo.globo.com/esportes/brasil-o-recordista-de-mortes-por-causa-do-futebol-14923352%3Fversao%3Damp

Além de tudo que já é conhecido cabe a reflexão sobre o motivo de se disponibilizar para uma partida como essa, um grande número de policiais que poderiam estar em praça cumprindo seus deveres e serem colocados em uma partida privada onde as pessoas pagam ingresso e esperam um mínimo de segurança no espetáculo, entendo que é para o bem estar geral mas no caso da partida o confronto entre as organizadas e a Polícia Militar cabe esse questionamento com base nas funções da profissão.

Levantada a possibilidade de haver ocorrido um choque de correntes políticas do próprio Vasco que fez com que as organizadas entrassem em conflito pelos seus respectivos candidatos a presidência do clube, mostrando mais um fator levado para as quatro linhas.

Foto: Reprodução/internet
Foto: Reprodução/internet

Fora do estádio uma morte, do torcedor vascaíno Davi Rocha de 27 anos, ajudante de eletricista e mais três torcedores feridos no confronto. Até quando o placar de uma partida vai estar manchado de sangue e contabilizando mortes? E a polícia vai defender quem no meio desse caos sem identificação?
Há muitos anos que o problema da violência no futebol é complexo e não há solução simples, deve haver um conjunto de medidas para sanar o problema nos âmbitos da segurança pública, dos clubes, da federação e até da mídia.

Adversários em campo não necessariamente se fazem inimigos nas arquibancadas, evidenciado que pouco mudou e notoriamente não ocorreu a profissionalização das áreas do futebol de modo geral, um problema crônico que tem seus sintomas em todos os clubes que percebemos serem produto de inúmeros fatos que não necessariamente vem do futebol.

As imagens foram retiradas de sites, não consegui encontrar os fotógrafos para referenciar nos créditos.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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