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Você quer tirar mais do que 800 na redação do ENEM? Aqui vão algumas dicas que não falham…

Redação do ENEM… Você sente um certo frio na barriga quando olha para ela ali no papel? Sente um frio na barriga quando vê o tema complexo sobre o qual ela circunda? Pois bem, não precisa sofrer tanto… Mesmo que não tenha muito tempo para fazê-la, mesmo com o relógio te dizendo a todo momento que você esta atrasado, que não tem tempo para pensar demais, pois aqui vão algumas dicas que o farão provavelmente tirar mais do que oitocentos na redação e elas não são difíceis de serem postas em prática, mesmo sob pressão.

Se você frequentar as salas da grande maioria dos cursinhos preparatórios para vestibulares, verá professores ensinando determinada forma de se fazer uma redação, professores estes que talvez me odiariam por esta coluna, afinal, estou abordando um tema de especialidade deles e não minha. Mas, esta forma que eles ensinam é uma forma básica, ultrapassada e que favorece poucos. Perdoem-me a prepotência, mas minhas redações quando feitas à minha maneira, sempre me renderam mais de novecentos pontos.

Primeiro passo, esqueça aquela fórmula de quatro parágrafos sendo o primeiro de introdução, os dois consecutivos de argumentação e o último de conclusão com propostas de intervenção… O ENEM não procura saber se você sabe o que já se é sabido em argumentos redundantes que por meio de fatos sem nenhuma novidade sustentam a tese apresentada no parágrafo de introdução. O ENEM na verdade, quer avaliar na redação se você pensa, não se você sabe.

Então como fazer minha redação? Ora, suprima os argumentos! Por que não? Sim! Isto parece muito arriscado e ilógico, compreendo, mas acredite… Eles não querem ouvir justificativas, querem ouvir soluções. Portanto, a estrutura correta é aquela que apresenta a maior quantidade de propostas solucionadoras do problema proposto na tese, ou seja, a melhor estrutura seria: Um parágrafo de introdução e três consecutivos de conclusão. Estranhou? Calma!

Não estou lhe dizendo para concluir o seu texto três vezes seguidas, quando me refiro acima a três parágrafos consecutivos de conclusão, me refiro à estrutura, afinal, é no parágrafo de conclusão que a maioria dos professores nos recomendam apresentar as propostas de solução. Mas! Deixe para concluir a sua redação no último. O que eu quero dizer? Pois bem, vou explicar parágrafo por parágrafo.

O primeiro parágrafo é o parágrafo de introdução. Como você deve redigi-lo? Primeiramente apresente o assunto da proposta contida na prova do ENEM… Entende-se assunto por abordagem ampla da questão apresentada na proposta de redação, por exemplo, se a proposta aborda o mundo árabe e o terrorismo, comece comentando sobre a proposta de maneira ampla, de modo a citar acontecimentos históricos, antropológicos e fatos teológicos da região. Em seguida, ainda no parágrafo de introdução, após fazer um comentário genérico sobre a proposta, você deve afunilar para a tese do assunto, ou seja a problematização, aquilo que restringe o seu raciocínio a um ponto muito pequeno do universo do assunto. Neste sentido comentaria-se, por exemplo, que o terrorismo é um fenômeno decorrente do fanatismo religioso e da manipulação de certos países que fomentam a guerra no Oriente Médio para gerarem lucro às suas industrias bélicas. Tem-se, portanto, uma restrição do assunto, uma tese.

Em seguida, viria-se na teoria os parágrafos de argumentação que sustentam sua tese… Não se preocupe com eles, muitos professores ao corrigirem sua redação os interpretariam como enrolações, voltas em círculos… Não é necessário comentar sobre a Guerra do Iraque, nem sobre a ascensão da Al-Qaeda, nem que os xeiques do petróleo financiam os grupos terroristas. No lugar destas divagações preocupe-se em apresentar soluções instantâneas, e mais uma dica, não se preocupe com a qualidade ou complexidade das suas propostas de solução, você não está ali para admirar aquele que corrigirá sua redação, até mesmo o Machado de Assis se tornaria um escritor medíocre se sob os olhos fatigados e apressados do corretor se fosse a centésima redação por ele corrigida no dia.

Conforme disse anteriormente, apresente soluções nos parágrafos consecutivos, duas por cada está de bom tamanho, pois mais vale uma solução genérica que um argumento genérico… Diga, por exemplo, que a ONU deveria intervir mais na diplomacia dos países do Oriente Médio, que deveria ser organizado um comitê de países que investigassem a origem do contrabando de armas para o Oriente Médio, que deveria-se investigar também as transações milionárias feitas pelos xeiques árabes do petróleo. E então você deve estar pensando… Como eu diferencio então o último parágrafo de conclusão além dos demais se em todos, com exceção da introdução, eu apresentei propostas de solução? Muito simples, apenas conclua… Repita a tese do parágrafo de introdução após as últimas propostas de solução contidas e reforce a sua tese.

Agora comentarei sobre alguns elementos extras que aumentam sua nota. Recomendo sempre que você utilize conjunções mais complexas, por exemplo, no lugar de ¨mas¨ use ¨todavia¨, use ¨ademais¨ e outras conjunções incomuns, isto dá riqueza ao seu texto. Recomendo também que você faça citações históricas, mas na introdução, pois lá é o lugar perfeito para uma divagação, e por fim, recomendo também que você cite no último parágrafo uma frase genérica de um pensador perfeitamente cabível em diversas circunstâncias. No caso do exemplo do tema sobre o Oriente Médio, aqui vai uma frase que serviria tanto para o texto, quanto para você agora: A esperança seria a maior das forças humanas, se não existisse o desespero – Victor Hugo. Boa prova, e se você não entrar no curso dos sonhos, mude de sonho, mude de curso, desista e seja outro, mas não desista de no mínimo ser alguém, mesmo sendo menos do que quem sonhou ser… Desistir e falhar possuem significados diferentes.

Joao_novaimagem-colunista-2

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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