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Voluntária canadense dá aula de música na Rocinha


Há cinco meses, a canadense Vanessa Rodrigues de 33 anos decidiu se voluntariar para trabalhar na Escola de Música da Rocinha (EMR) e ensinar crianças da comunidade a tocar o instrumento. Dezessete moradores, entre 7 e 17 anos, estão aprendendo a tocar instrumentos.

Apaixonada pela cultura brasileira, Vanessa veio ao Rio em 2009 para desfilar no Carnaval carioca. Conseguiu oportunidade para tocar tamborim na bateria da Acadêmicos da Rocinha. Nos ensaios, conheceu a comunidade e a EMR. Não pensou duas vezes, foi conhecer o espaço e se ofereceu para ser voluntária.

– Da primeira vez, eu ia ficar só três meses, mas queria ajudar de alguma forma. Dei umas aulas de piano e fiz um arranjo para um grupo de monitores. Voltei ao Brasil em janeiro deste ano e decidi ficar. Vi que violino era uma carência da escola. Corri atrás do visto de permanência por dois anos para fazer o trabalho voluntário aqui na comunidade. Esse trabalho me dá uma razão de viver, paz e alegria profunda – emociona-se Vanessa.

A chegada da canadense permitiu que a EMR pudesse tirar a poeira dos mais de 20 violinos que estavam parados há anos. De acordo com a assistente de coordenação Simone Ferreira, em dois meses de curso, os alunos já mostram resultados.

– Eles fizeram uma pequena apresentação com dois meses de curso. O fruto foi visto muito rápido. Esperamos que agora, com a pacificação, mais pessoas queiram vir visitar e se voluntariar. Era difícil conseguir professor porque muitos tinham medo – lembra Simone.

Pupilo de Vanessa, Gabriel de Oliveira, de 14 anos, descobriu no violino uma nova paixão. Além de frequentar as aulas todas às segundas-feiras, ele leva o instrumento para casa e treina duas horas por dia.

– Fazia aula de flauta e fiquei sabendo que teria de violino. Como é muito caro, nunca pensei que seria possível aprender a tocá-lo aqui dentro da comunidade. Decidi me inscrever e estou adorando. As pessoas dizem que o violino é a minha cara. Acho que me encontrei – destaca o adolescente, morador da Rua 2 da Rocinha.

Orquestra vira realidade Depois de 18 anos de criação, a EMR poderá realizar o sonho do fundador, o alemão Hans Ulrich Koch. Segundo Simone, a chegada de Vanessa e a doação de amigos da EMR possibilitaram a criação da orquestra da escola. Agora, além de teclado, cavaquinho, flauta doce, canto coral e violão, a EMR também oferece aulas de guitarra acústica, trombone, trompete, contrabaixo, trompa, violino e viola.

– Só agora estamos podendo ter aulas de instrumentos de orquestra. As aulas individuais já começaram e, a partir da semana que vem, iniciamos os ensaios em conjunto – afirma Simone.

Como tocava instrumentos de cordas em uma orquestra no Canadá, Vanessa se tornou a responsável pelo naipe de violino e viola da orquestra. Nesta semana, ela começa a dar aulas de viola também. Empolgada, já se instalou na comunidade de Tavares Bastos e nem pensa em voltar para o seu país de origem.

– Estou me sentindo em casa. Quero um dia voltar para fazer um intercâmbio com eles, levando-os para fazer um concerto em Montreal – sonha Vanessa.

via Governo do Estado e http://www.vivarocinha.org/

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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