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Rio por inteiro – O Tinder da Política! Entenda como funcionará a plataforma

As novas tecnologias entraram em nossas vidas para serem uma extensão das nossas habilidades físicas, emocionais e sociais. Pensando nesse intuito, a Casa Fluminense, organização formada por ativistas, pesquisadores e cidadãos identificados com a visão de um Rio mais integrado e com afirmação de uma agenda pública aberta à participação de todos os fluminense, criaram junto com seus parceiros da sociedade civil a plataforma Rio Por Inteiro, uma iniciativa que reúne organizações e movimentos sociais, cidadãos/cidadãs, propostas e candidatos/as em uma plataforma digital construída com base na tecnologia Vota Inteligente, plataforma onde qualquer pessoa, organização ou grupo de pessoas pode gerar suas próprias propostas que abordam os problemas que mais os preocupam ou incomodam. Enviando as propostas que são levantadas para todas as candidaturas presidenciais e parlamentares e estas poderão se comprometer na mesma plataforma para realizá-las e cumpri-las em caso de serem eleitas.

Logo, uma vez carregado na página, qualquer pessoa pode conhecer e apoiar as propostas através de um “APOIO <3”. Além disso, organizações não governamentais que participam da plataforma podem patrocinar propostas de outras pessoas ou organizações. O verdadeiro Match (termo utilizados para combinações dos app de relacionamento) pensado para políticas públicas, promovendo um movimento cívico e suprapartidário em torno de propostas capazes de ampliar oportunidades e reduzir desigualdades na região metropolitana do Rio.

Para realizar tudo isso, o grupo lançou uma campanha de financiamento coletivo no site da Benfeitoria (https://benfeitoria.com/rioporinteiro) e produziu um evento com grande parte das organizações participantes. A campanha foi bem sucedida e conseguiu bater a meta de arrecadação!

Para Henrique Silveira, coordenador executivo da Casa Fluminense (http://casafluminense.org.br/), este é o momento de convergir para juntos encontrar saídas possíveis.

A Rio Por Inteiro quer ampliar a participação social nas eleições 2018 e qualificar o debate sobre o futuro do Rio. Vamos juntar propostas da sociedade civil para reduzir a violência, gerar mais empregos e melhorar a mobilidade urbana, e depois buscaremos o compromisso dos candidatos e candidatas com essas políticas”,  afirma.

A plataforma nasce em momento crucial e importante, onde há um fluxo mais intenso de informações devido as tecnologias. Entre as organizações que assinam a Rio Por Inteiro estão: Agencia de Redes para a Juventude, Atados, Ação da Cidadania, Apadrinhe Um Sorriso, TETO, Fórum Permanente da Agenda 21 – São Gonçalo, Fórum Grita Baixada, Fórum de Transparência e Controle Social de Niterói, Fórum Estadual de Economia Solidária (FCP), Fundação Cidadania Inteligente, Redes da Maré,  Santa Cruz Universitário, União Gonçalense de Ciclistas- UGC, Observatório Social de Niterói, Observatório Social do Rio, ISER – Instituto Social Ensino Religioso, Instituto Baía de Guanabara (IBG), CIEDS, Portal de Queimados, Rede Funk Social, Pedala Queimados, CEPIA, Humana Sustentável e Casa Fluminense.

Conversamos com Douglas Almeida, Coordenador de Incidência da Casa Fluminense sobre a criação, interação e atuação da plataforma Rio por Inteiro, confira!

1- O Rio por Inteiro nasce em uma perspectiva muito importante para eleições 2018 em um cenário de grandes Fakes News. Como você acha que a plataforma pode ajudar?

Douglas: O fake news é a fofoca da segunda década do Século XXI. O que antes só era propagado num território e demorava a ganhar uma maior dimensão, hoje com um clique já está na frente de milhões de brasileiros. Nesse cenário confuso e caótico é importante valorizar experiências dinâmicas e propositivas que contribuam para um debate eleitoral sério e preocupado com a realidade do Rio de Janeiro. A plataforma Rio Por Inteiro tem esse potencial, além disso uma das coisas que estamos discutindo é que as instituições, candidatos e candidatas que se cadastrarem na plataforma, dentre outras coisas, se comprometam em não propagar notícias falsas. Isso deve ser um compromisso ético de cada um de nós.

Para saber mais acesse: http://casafluminense.org.br/fake-news-bots-internet-livre-cidadania/

2- Qual foi a principal motivação para pensar a Plataforma?

Douglas: Cada vez mais as redes têm um papel fundamental no debate eleitoral. Os cidadãos e cidadãs todos os dias dialogam sobre política e eleições, mesmo que às vezes de forma indireta. Vimos também no ambiente virtual uma estratégia para mobilizar e incidir nesse debate. Nesse sentido e na articulação com outras instituições, unimos esforços com a Fundação Cidadania Inteligente que já utilizou a tecnologia Voto Inteligente nas eleições chilenas em 2017.

3- Sabemos que o mesmo modelo de pensar e integrar a sociedade inclinando-as para as políticas públicas foi de suma importância para o Chile, o método seria igual para Brasil? E como ele se aplica na prática?

Douglas: A plataforma do movimento Rio Por Inteiro, com tecnologia Voto Inteligente, segue a mesma estrutura da plataforma utilizada no Chile nas últimas eleições. A metodologia reúne a participação online e offline, com encontros, oficinas e ações de mobilização. Além de viver e pensar o problema, também é importante imaginar alternativas. O exercício da plataforma é criar um ambiente com diferentes propostas de políticas públicas. A Casa Fluminense, por exemplo, cadastrará 40 propostas da Agenda Rio 2030 que será também lançada em junho, no 11° Fórum Rio.

4 – Como sabemos quando se fala em politica sempre é gerado um sentimento de repulsa de uma grande maioria, ainda mais somados aos casos intensos de corrupção que sempre existiram e agora está mais amostra, vocês acreditam que o Rio por Inteiro pode motivar o eleitor/cidadão para as eleições de 2018 e as futuras? Seria uma ponta de esperança?

Douglas: O Rio de Janeiro vive um grande drama, sofremos com uma crise econômica, fiscal e política, um grande vácuo de lideranças e uma intervenção federal. É um cenário difícil e a sociedade absorve isso. Mas, não podemos perder a oportunidade de fazer um debate sério para a Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ), de ampliação de oportunidades e redução de desigualdades. Lançar na rua esse movimento é um caminho para engajar e motivar os cidadãos, assim como outras iniciativas da sociedade civil. O grande diferencial que o movimento Rio Por Inteiro apresenta aos cidadãos é esse ambiente dinâmico, participativo e propositivo da plataforma, de ações de mobilização e de encontros com pré candidatos ao legislativo, que ajuda a qualificar o debate político saindo da polarização vazia das redes sociais.

5- Como está sendo feita a divulgação da Plataforma?  Esses canais de divulgação dialogará com a periferia?

Douglas: Encerramos agora um financiamento coletivo, batemos as duas metas e durante esses 45 dias de campanha envolvemos muitas pessoas e organizações. O Rio Metropolitano tem 12 milhões de habitantes e 21 municípios, buscamos nesse primeiro momento falar com organizações da sociedade civil e através da internet, mas ao longo desses meses divulgaremos na imprensa, coletivos de comunicação e redes sociais, além de construir com parceiros locais, como movimentos e pré vestibulares comunitários, ações de rua em territórios periféricos espalhados pela metrópole.

6 – Ao falar de periferia, a participação das pessoas de comunidades é de suma importância para pautar os mais diversos diálogos, tirando do eixo de fala burguês privilegiado de certa forma. Entretanto, sabemos que a população dessas áreas passam por problemas que são simples de resolver, mas “burocraticamente difícil” de começar. A plataforma terá o carácter de denuncia de falta de saneamento básico, água, luz, etc..? Como funcionará?  

Douglas: A plataforma será propositiva. Depois do lançamento no 11° Fórum Rio, no dia 23/06 em São Gonçalo, a sociedade civil poderá se cadastrar na plataforma, registrar suas propostas e depois eleger as propostas prioritárias. Em agosto, quando começar oficialmente a campanha eleitoral, os candidatos e candidatas ao Congresso, ao governo do estado e ALERJ entrarão na plataforma e vão se comprometer com as propostas que acreditam. Ao longo da campanha, os eleitores acessarão a plataforma para ver quais propostas e candidatos combinam com suas ideias, como se fosse um Tinder da Política.

7- Existirá um versão mobile futuramente, após essa fase de introdução?

Douglas: As pessoas poderão acessar a plataforma pelo computador, celular e tablet.

8- Pra gente concluir, como será a participação dos políticos com a integração/interação das ideias APOIADAS. Eles deverão cumprir ou apenas será sugerido as reivindicações?  

Douglas: A plataforma, assim como no Chile, ficará no ar após as eleições. Será possível consultar as propostas com maior adesão, os candidatos e candidatas eleitos que se comprometeram com elas, além de outros compromissos assumidos na plataforma. A ideia é que esse arco de políticos eleitos sejam a porta de entrada no legislativo e no executivo das demandas da sociedade civil. É fundamental um contínuo acompanhamento cidadão para de fato construirmos um Rio por Inteiro, com mais oportunidades e menos desigualdades.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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