Pesquisar
Close this search box.
Pesquisar
Close this search box.

Caso Kathlen Romeu: Após 2 anos, família ainda sente a dor da perda e impunidade dos acusados

Em maio, justiça voltou a ouvir testemunhas e acusados em audiência, caso deverá se arrastar por mais alguns meses.
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Produção: Caio Viana

Dois anos se passaram desde Kathlen Romeu teve sua vida interrompida durante uma atividade policial do Complexo do Lins. A designer de interiores, grávida, de 24 anos, visita a vó quando um tiro de fuzil disparado pela polícia encontrou o seu tórax. Ambas andavam pela rua Araújo Leitão, dentro da comunidade Lins de Vasconcelos, na zona norte do Rio, quando começou a incursão policial.

Relembre o caso: “Tiraram dela o direito à vida e de ser mãe! Cadê a justiça?”, diz mãe de Kathlen Romeu, jovem morta há um ano

Após 2 anos, o sentimento da família ainda é um misto de tristeza com revolta. A tristeza fica por conta da dor da perda de Kathelen. A revolta, pela lentidão da justiça para condenar os responsáveis pela morte da jovem. “Existe uma morosidade do judiciário. Somente dois anos após o fato, houve a primeira audiência na esfera criminal e mesmo na auditoria militar, corre a passos lentos. Queremos punição pra ontem porque a vida é tirada em segundos. E ainda tenho que me “dar por satisfeita” pois existem pesquisas que provam que somente 8% dos casos viram processos.”, relata Jaqueline Oliveira, mãe de Kathlen. Ela detalha que o processo do caso da filha não é o único que atravessa essa lentidão e afirma que outras famílias também se encontram nas mesmas condições e que os casos ainda estão na fase de investigação. “Vale lembrar que essa sede por justiça já poderia estar bem avançada, tendo em vista que familiares e amigos conseguiram provas contundentes, coisa que o Estado não fez. Então, por parte do Estado, não há otimismo! Sabemos que dentro desse descaso, avançamos! Agora lutamos para que esses assassinos, que continuam mentindo descaradamente, vão a júri popular. Esse é o anseio da família, amigos, solidários e solidárias dessa crueldade da qual minha filha foi vítima.

“Há dois anos esse tiro de fuzil nos atravessa diariamente. Que haja punição ao máximo rigor da lei, porque morte pra monstros ainda é pouco! Eles tem que pagar por cada segundo de dor e lágrimas escorridas que nos causaram”, relata Jacqueli Oliveira, mãe de Kathlen Romeu. (Imagem: Reprodução)

Como está o caso Kathlen Romeu após 2 anos?

Na segunda-feira, 29 de maio, a polícia realizou uma audiência com os policiais militares Marcos Felipe da Silva Salviano e Rodrigo Correia de Frias, que são os acusados pela morte de Kathlen. Eles também respondem ao caso junto com outros 3 policiais que estavam no dia da morte da jovem. No

Sayonara Fátima de Oliveira, avó de Kathlen, relembrou o ocorrido na audiência e detalhou os momentos após Kathlen ser baleada. “Achei que ela estava se protegendo, até ver que ela estava ferida. Eu comecei a gritar, pedindo socorro, quando chegou um PM, ignorou o corpo da minha neta e começou a me interrogar. Minha neta já chegou morta no hospital. Não tinha mais esperanças de nada”.

Durante essa primeira parte do julgamento, o juiz ouvirá testemunhas e acusados e as audiências ainda deverão se estender por alguns meses. O Ministério Público atua ao lado da família, que pede justiça e condenação dos policiais militares.

Compartilhe este post com seus amigos

Facebook
Twitter
LinkedIn
Telegram
WhatsApp

Veja também

EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

Contato:
[email protected]