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Há mais de uma década a Estrela da Chatuba brilha no Complexo da Penha

Foto: Renato Moura
Foto: Renato Moura

Com mais de 15 anos de existência, a estrela foi fundada pelo presidente da associação da época juntamente com os moradores da Chatuba no Complexo da Penha.

A estrutura foi criada com o objetivo de ser um objeto decorativo da comunidade na época de natal, moradores se uniram juntamente com o presidente da associação, que apoiou a ideia de construir o monumento,  sua composição era uma peça de ferro em formato de uma estrela de cinco pontas, com cerca de mais de 2 metros de altura, com diversos bocais nas bordas da estrutura onde eram enroscadas as lâmpadas.

Foto: Renato Moura

Localizada em um dos pontos altos do morro da Chatuba, a estrela que foi acesa para compor o céu na noite da queima de fogos que é uma tradição da comunidade, acabou se tornando uma marca de seu território. Devido sua estrutura ser composta por ferro e metal, a estrela sofria muitos danos por conta da ação de chuvas que ao longo dos anos causava a corrosão do material, problemas elétricos, como lâmpadas queimadas, eram também um dos desafios que os moradores responsáveis juntamente com a associação enfrentavam frequentemente para manter a manutenção da estrela sempre em dia. 

O morro da Chatuba compõe o Complexo da Penha e como em todas as favelas cariocas a rotina caótica de ter que conviver com o cenário de violência, frequentes confrontos e incursões policiais é uma realidade. Há cerca de um ano, uma ação violenta que ocorreu durante uma operação destruiu a Estrela da Chatuba, o que entristeceu a muitos moradores.

Foto: Renato Moura

Buscando manter vivo o símbolo da comunidade, mais uma vez a associação de moradores somou forças, mas dessa vez contou com a ajuda dos organizadores do evento Morro de Alegria, uma festa que reúne diversas atrações e abraça o público de favela a fim de proporcionar lazer de forma com que a comunidade se identifique.

Através dessa união, foi possível fazer a estrela brilhar outra vez, mas agora com visual diferente, as lâmpadas de cor amarelada deram lugar a luzes de led que mudam de cor, o material que antes se deteriorava com as ações climáticas, agora é mais resistente. A força da comunidade em manter a sua identidade prevalece, quem passa a noite pelo Complexo da Penha consegue avistar no alto do Morro da Chatuba, a estrela que muda de cor, ela segue brilhando por mais de uma década e se tornou símbolo de esperança para os moradores que juntamente da associação seguem cuidando do monumento que já é um dos pontos turísticos da Penha.

A paisagem a noite continua deslumbrante e o contraste da estrela com a favela deixa a mensagem que estrelas de fato nascem em meio ao caos.  

Foto: Renato Moura

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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