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Após morte de professor, projeto Maneco Team busca ajuda para continuar atividades

Jean foi morto na tarde do dia 14 de maio, após uma intensa troca de tiros na entrada da Relicário no Complexo do Alemão, quando foi alvejado na cabeça

Jean era uma das peças fundamentais para o crescimento do projeto, além de dar aulas, era organizador de treinos, divulgava o projeto e inscrevia os atletas em campeonatos. Tornar a organização da qual ele fazia parte um projeto federado, foi um dos feitos do professor.

Infelizmente o local onde aconteciam as aulas de jiu-jitsu do projeto Maneco Team, foi o palco onde ocorreu a fatalidade, o que acarretou em seguida uma fase difícil para todos os idealizadores. Após o ocorrido, alunos foram deixando de comparecer as atividades, muitos pais também proibiram seus filhos de frequentarem o espaço por conta do medo e insegurança que se instalou no local, muitos alegavam não conseguir comparecer ao treino por lembrarem do professor e do dia de seu falecimento, foi quando os responsáveis pelo projeto deram continuidade a um dos objetivos que Jean tinha, buscar um espaço maior.

“2 dias antes do ocorrido, ele me mandou um áudio dizendo que quando ele morresse gostaria de ser enterrado com o kimono e depois aconteceu tudo isso, então foi muito impactante pra todo mundo, eu fiquei sem chão, lá ninguém queria mais continuar treinando, ficou uma lembrança muito triste, os alunos não queriam ficar, os pais não queriam mais também, Aí a gente deu uma pausa, pra dar uma respirada, pensar direitinho, por tudo em ordem, em seguida buscar um novo espaço que já era algo que o Jean tinha em vista, antes de tudo acontecer”, disse Emanoel Souza, mestre e idealizador do Maneco Team.

LEIA MAIS: Professor é morto com tiro na cabeça no Complexo do Alemão

O projeto que antes ficava na rua Malacacheta, agora mudou para um espaço maior localizado na rua Sócrates Bittencourt ao lado da padaria Verão Vermelho. Contando com um tatame maior, hoje é possível atender uma grande demanda de alunos, o que não era possível no local anterior devido a falta de espaço.

Atualmente com três professores, o projeto atende cerca de 70 alunos e oferecendo aulas gratuitas de jiu-jitsu de manhã, a tarde e à noite, a faixa etária para participar das aulas é a partir de 5 anos, como forma de reconhecimento e honra no local onde acontecem os treinos de jiu-jitsu há um banner enorme com fotos de momentos felizes e conquistas que o projeto teve ao lado do professor Jean.

Projeto busca apoio para continuar as aulas. Foto: Vilma Ribeiro/ Voz das Comunidades

Em um novo local com mais facilidade de acesso, a procura tem aumentado e com isso as necessidades para manter o Maneco Team também tem sido grandes. “O projeto tem funcionado com o apoio dos próprios alunos, responsáveis e professores, não temos recebido a ajuda de ninguém além destes que contribuem com o que podem, mas estamos abertos a receber doações e quem quiser nos ajudar pois precisamos muito, a gente tá tentando seguir a linha de pensamento dele de expandir o projeto”. Relatou o mestre Emanoel.

O Maneco Team atende crianças não só do Complexo do Alemão como também das redondezas, através do incentivo ao esporte tem conseguido não só encontrar novos atletas na comunidade, mas também tirar jovens do crime.

 “O Jean era o mentor de todas as coisas, ele articulava tudo pro projeto, dedicava todo o tempo dele ao jiu-jitsu, foi ele quem tornou o nosso projeto federado. As medalhas de ouro que conquistamos é o que nos motiva a continuar, agora estamos disputando o ranking na CBJJ e a maioria dos campeonatos que a gente disputa o índice de medalhas é 90% aproveitado, com aprendizado que o Jean nos deixou é difícil de desistir”. Conclui o idealizador do Maneco Team.

O projeto está disposto a receber doações e ajuda de qualquer pessoa ou organização que queira contribuir para dar continuidade aos treinos e para entrar em contato é só acessar as redes sociais do Maneco Team.

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PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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