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O medo do desemprego e o aguardo do auxílio emergencial

Com mais de 700 casos confirmados de coronavírus em todo o estado do Rio e somente na capital do Rio de Janeiro com 586 (até 31/3), a população começa a ficar atenta sobre quais serão os próximos passos dos governantes na luta contra a pandemia. Em quarentena há duas semanas, o clima de incerteza é quase que unânime quando se fala sobre esse momento excepcional e igualmente triste que o mundo vive. 

Muitos colaboram com a quarentena evitando aglomerações em locais públicos ou privados. Há um grande número de empresas que possibilitaram seus funcionários a trabalharem via home office (de casa). Outros serviços básicos infelizmente ainda demandam trabalho presencial, como é o caso do Fernando da Conceição Vieira, 20 anos, morador da Cidade de Deus, que trabalha como repositor de supermercado na Barra da Tijuca. 

Fernando tem 20 anos e é morador da Cidade de Deus. Foto: Thiago Lima / Voz das Comunidades

“Eu tenho percebido o mercado mais cheio que o normal durante a quarentena. Estou trabalhando normalmente e tento ter o maior cuidado possível para não ter contato físico com outras pessoas. Moro com a minha avó que é uma idosa de 80 anos, então, venho trabalhar de máscara, luvas e não abro mão do álcool em gel” disse Fernando.  

Fernando completa: “Aqui na minha rua todos os moradores estão se mobilizando para fazer um toque de recolher assim que anoitece. Estamos tentando cuidar um do outro nesse momento difícil”. Vale lembrar que a Cidade de Deus foi uma das primeiras comunidades com caso confirmado de Coronavírus, conforme o Voz das Comunidades noticiou anteriormente em suas redes. 

Já no Complexo do Alemão, Ana Beatriz Alvez da Silva, 28 anos, acaba de ser dispensada do seu trabalho por ter um diagnóstico suspeito de Coronavírus. “Eu estava trabalhando sem carteira assinada em uma mercearia. Acabei sendo dispensada ao apresentar para o meu patrão um atestado médico após apresentar os sintomas que me deixaria em casa por 10 dias”, disse Ana Beatriz, que completa: “As coisas na minha casa já estão começando a faltar e eu não sei o que fazer. Estou desesperada”.

Casos de trabalhadores informais são bem comuns em nosso país, o que acaba sendo um agravante quando não há garantia de renda para essas pessoas. Nesta segunda-feira (30), o Senado aprovou o auxílio emergencial de R$ 600,00 para trabalhadores informais de baixa renda, que serão concedidos durante a pandemia do novo Coronavírus (PL 1.066/2020). A medida durará, a princípio, três meses, mas poderá ser prorrogada. O projeto segue agora para a sanção presidencial, ou seja, depende da aprovação do presidente.

O benefício será destinado a pessoas como a Ana Beatriz, que são maiores de idade sem emprego formal e que estão na condição de trabalhadores informais, e também a microempreendedores individuais (MEI) ou contribuintes da Previdência Social. Também é necessário ter renda familiar mensal inferior a meio salário mínimo per capita ou três salários mínimos no total e não ser beneficiário de outros programas sociais ou do seguro-desemprego.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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