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Ambulante da Cidade de Deus conta como seu trabalho está sendo afetado na pandemia

Bruno é deficiente físico e há mais de quatro anos trabalha como ambulante nas linhas de ônibus que circulam na região

Foto: Selma Sousa / Voz das Comunidades

A pandemia do coronavírus não teve reflexos somente na área da saúde do Brasil, mas também na vida financeira do brasileiro. E as favelas cariocas, desde o início, vêm tendo as consequências mais duras desta nova realidade. Na Cidade de Deus, zona Oeste da cidade do Rio, Bruno dos Santos Florsino, de 35 anos, relata como foi complicado o período de pandemia do coronavírus e suas consequências na renda familiar.

Bruno é deficiente físico e há mais de quatro anos trabalha como ambulante nas linhas de ônibus que circulam na Cidade de Deus. Morador da região do Quinze, o ambulante faz parte do grupo de risco do coronavírus e do início da pandemia, no mês de março, até julho teve que permanecer em casa. “Tenho 3 meninos pequenos em casa, então precisei me cuidar, mesmo recebendo o auxílio, preciso trabalhar”.

Devido às suas circunstâncias, Bruno deixou de trabalhar nas linhas de ônibus e montou sua barraquinha num ponto próximo de onde mora para de alguma forma tentar diminuir os riscos de contrair a Covid-19. Ele contou seus receios. “É atenção redobrada com a saúde e ao mesmo tempo as preocupações de como trazer as coisas para dentro de casa”.

Em meio a isto tudo, Bruno ainda tem que lidar com as dificuldades da volta às ruas. “Para nós ambulantes o dia a dia já é complicado, agora as dificuldades são ainda maiores. Porque as pessoas vivem com medo agora, de comprar as coisas na rua, de não confiarem nos produtos estarem higienizados”.

O ambulante acredita que “somente com todos fazendo sua parte será possível vencer este momento, porque não dá para só um grupo deixar de se cuidar, porque isso reflete na vida do outro”.

Segundo o Painel de atualização de coronavírus nas favelas do Rio de Janeiro, feito pelo Voz das Comunidades, na Cidade de Deus foram registrados 340 casos de Covid-19, 63 óbitos e 272 moradores recuperados.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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