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Em audiência, testemunha afirma ter visto PM disparar arma de fogo que matou Ágatha Felix

A juíza Tula Corrêa de Melo coletou três depoimentos de testemunhas (uma de acusação e duas de defesa) e ainda interrogou o réu, acusado de atirar em direção à menina
Foto: Felipe Cavalcanti / TJRJ
Foto: Felipe Cavalcanti / TJRJ

Durante a tarde da segunda-feira (28), o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro realizou a terceira audiência a respeito do caso da menina Ágatha Felix, morta há três anos por um disparo de arma de fogo no Complexo do Alemão, na região mais conhecida como Fazendinha, na Zona Norte. 

No decorrer da sessão, a juíza Tula Corrêa de Melo, responsável pelo processo, ouviu três depoimentos. Entre eles, o relato de uma testemunha de acusação que afirmou ter visto o agente Rodrigo José de Matos Soares disparar com arma de fogo em direção à kombi, que estava com a criança a bordo.  

Durante o depoimento, a testemunha de acusação pediu para que o cabo Soares fosse retirado do tribunal, pois não se sentia à vontade de falar sobre o caso na presença dele.

“Passou uma kombi e a kombi parou na esquina. E o motorista abriu a mala. Passou uma moto que chamou a nossa atenção. Nisso que a moto passou simplesmente ocorreu um disparo. O policial deu, acertou a menina, a mãe da menina gritou falando ‘Você acertou a minha filha’. O motorista da kombi desceu e falou: ‘Você acertou a menina’. Não houve nenhum confronto e eu, por ter um filho, decidi testemunhar”, relatou.

O cabo Rodrigo José de Matos Soares é acusado de matar a menina Ágatha Félix, que tinha apenas 8 anos, quando foi baleada em setembro de 2019.

Além da testemunha de acusação, foi ouvido o depoimento de duas pessoas da defesa. Porém, ambas chegaram com duas horas de atraso na audiência. Após decisão da juíza, que determinou a condução coercitiva deles caso não comparecessem na audiência, o sargento Robson Lima se apresentou ao tribunal, alegando que houve problemas técnicos em seu veículo. 

Entretanto, a outra testemunha, o policial Élcio Abreu Oliveira, não compareceu de forma presencial, mas concedeu o testemunho através de uma vídeo chamada. O Comando da Polícia Militar divulgou que o agente estava de licença, pois realizou um procedimento médico recentemente. Além deles, durante a sessão, a juíza interrogou o réu.

A investigação concluiu que o policial atirou ao confundir a esquadria de alumínio carregada pelo garupa de uma moto com uma arma.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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