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Mobilização contra a demissão do jornalista Rubem Confete da EBC acontece nesta quinta (24)

Dispensado da EBC após 42 anos de função na empresa, representantes da Cultura, Educação e Imprensa vão se reunir em repúdio à situação
Foto: Ronaldo Mattos
Foto: Ronaldo Mattos

Rubem dos Santos, mais conhecido como Rubem Confete da Rádio Nacional, foi demitido da EBC após 42 anos de função na empresa. A demissão do jornalista e radialista, que foi feita através de uma ligação, causou indignação e, por isso, haverá uma mobilização na portaria da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) nesta quinta-feira (24), na Rua Gomes Freire, número 474, na Lapa, às 16h. 

A oficialização do desligamento está marcada para o dia 4 de março, na primeira sexta do mês. A mobilização contará com a participação de representantes da Cultura, da Educação e da Imprensa para resistir contra a demissão considerada injusta e covarde.

Rubem é reconhecido como Enciclopédia Viva do Samba e #Carnaval com vasta atuação enquanto Jornalista, Roteirista, Teatrólogo, Compositor, Cantor e Sambista tem uma vida inteira dedicada à divulgação dos trabalhadores da cultura em prol da liberdade de imprensa
Foto: Ronaldo Mattos

O jornalista Rubem Confete traz no currículo longa atuação na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), além de ter sido um dos fundadores do Centro Cultural Pequena África e do Instituto de Pesquisa de Cultura Negra (IPCN), referência na história e cultura afro-brasileiras.

De acordo com a assessoria da EBC, já confirmaram presença no ato a Banda de Ipanema, Cordão do Bola Preta, Gres Estação Primeira de Mangueira e GRES Portela.

Confira, abaixo, a nota de repúdio feita pela ABI

A Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-Rio) do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, além das entidades e pessoas públicas listadas abaixo, vem a público repudiar a demissão do jornalista e radialista Rubem Confete, da Radio Nacional do Rio de Janeiro. Denunciamos também a cruel estratégia de apagamento da contribuição desse ícone da cultura afro-brasileira para a comunicação pública e o país. Estamos solidários ainda com os demais profissionais de 75 anos ou mais que receberam comunicado de desligamento dos veículos da EBC e exigimos que o ministro Paulo Guedes reveja imediatamente a decisão.

Após meio século de dedicação à Rádio Nacional, administrada pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Rubem Confete foi informado, por telefone, sobre sua demissão. Ele será desligado sem direito a nenhuma indenização e perderá, inclusive, o direito ao plano de saúde dele e da esposa Zélia, pagos parcialmente pelo salário, parte pela empresa.

Baobá, ancestral, ídolo, compositor, roteirista, porta-voz do samba e do carnaval e símbolo da Rádio Nacional, o premiado jornalista Rubem Confete foi referência nos veículos por onde passou. Entre eles, a Tribuna da Imprensa, TV Globo, TV Gazeta, além das rádios Continental e Roquete Pinto. Foi tema de escola de samba e agraciado com moção de louvor pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

O jornalista traz no currículo ainda longa atuação na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), além de ter sido dos fundadores do Centro Cultural Pequena África e do Instituto de Pesquisa de Cultura Negra (IPCN), referência na história e cultura afro-brasileiras.

A demissão de Confete e de cerca de mais 100 jornalistas e radialistas da EBC que completaram ou estão prestes a completar 75 anos é mais um passo em direção aos desmonte dos veículos públicos e uma face cruel do pacote de maldades implementados pelo governo federal. Recentemente, a EBC aprovou uma espécie de “bônus”, de 35 mil a 40 mil aos diretores que cortassem “custos”. De lá para cá, a EBC retirou parte do adicional noturno, de área especial, acabou com o auxílio deficiente e permanece descontando parte do auxílio creche ilegalmente.

As demissões estão baseadas na reforma da Previdência, de 2019, feita a partir de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 03/2019, encaminhada pelo governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) e aprovada pelo Congresso Nacional. Porém, já há decisões da Justiça suspendendo as demissões compulsórias.


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Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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