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Morador do Jacaré, Gordin do Tik Tok vira sucesso nas redes após coreografia de funk

Adolescente botafoguense virou febre nas redes sociais após criar passinho de funk
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Neste ano tem se tornado cada vez mais comum a rede social Tik Tok lançar fenômenos na internet. O sucesso da vez é Matheus Andrade da Silva, um adolescente de 14 anos, morador do Jacarezinho, Zona Norte do Rio. Matheus viralizou após postar um vídeo dançando uma coreografia que ele criou. Em pouco mais de uma semana o vídeo já tem mais de 4 milhões de visualizações, milhares de curtidas e compartilhamentos em outras redes sociais.

Sucesso na internet

O jovem Matheus Andrade, ou como ficou conhecido nas redes sociais Gordin Rj, viu sua vida virar de ponta cabeça neste mês de setembro. Em apenas 3 meses sendo usuário do Tik Tok, o morador do Jacarezinho já se tornou uma das principais atrações da rede social. Os duzentos seguidores se multiplicaram e se tornaram mais de 210 mil após a publicação do vídeo da sua coreografia. 

Matheus é jogador do Esperança F.C do Jacarezinho. O Volante
usa a camisa 14 em menção ao jogador Chay do Botafogo, e avisa que se fizer gol tem dancinha.
Foto: Selma Souza/ Voz das Comunidades

“A ideia surgiu quando me pediram para criar uma coreografia para uma festa de 15 anos. Acabou que não usamos mais, só que eu continuei fazendo. Mostrei para os meus amigos, eles gostaram e me incentivaram a gravar e postar no Tik Tok e deu certo”, comentou Matheus. Além da dancinha em si, a “jogadinha”, carisma de Matheus virou uma das marcas do vídeo. Um outro fator foi a roupa usada pelo TikToker, a camisa do Botafogo, que aumentou ainda mais a repercussão. A torcida do time abraçou o vídeo e começou a reproduzir a dancinha. Até mesmo o clube e os jogadores entraram na brincadeira.

Veja o vídeo:

Repercussão dentro de casa

“Eu não acreditei. Foi muito rápido (sobre as visualizações). Pegou 3 milhões em uma semana. Fiquei muito feliz quando vi a torcida fazendo a dancinha. Imaginei sendo reconhecido por eles no estádio. Mas, agora no momento, eu estou sendo reconhecido nas ruas daqui do morro. É uma sensação boa”, comenta o jovem. Bruno Andrade, pai de Matheus e a madrasta Mariana de Souza, foram surpreendidos pelo adolescente com a repercussão da coreografia. “Foi legal ver esse sucesso dele, mas tomamos um susto né. Mas não nos surpreendeu, porque todo dia ele tá fazendo vídeo para o Tik Tok”, comentou o casal.   

A paixão pelo Botafogo é o hobbie familiar preferido por Matheus.
Foto: Selma Souza/ Voz das Comunidades

Matheus comenta ainda sobre como é importante as pessoas começarem a normalizar o fato que cada vez mais moradores de favelas vão repercutir não só no Tik Tok, mas em outros lugares, espaços e redes. “As pessoa têm que começar a mudar o olhar. Tá tendo muito morador de favela aparecendo, e eu agora que do Jacaré estou começando. Têm muitos que acham só porque vem da favela é “favelado”, não tem respeito, mas a realidade é totalmente diferente”.

O tik toker promete em breve criar outra coreografia e, além do sucesso, espera ver o Botafogo de volta a primeira divisão do futebol nacional. “Assim como eu, espero que o Botafogo cresça também e volte para a primeira divisão, que é o lugar dele”, afirmou Matheus.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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