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Através da arte, Brechó Princesa da Favela é uma das referências no empreendedorismo feminino do Vidigal

Criado por Thaís Dutra no ano passado, a loja vende roupas seminovas e personalizadas
Foto: Matheus Guimarães / Voz das Comunidades
Foto: Matheus Guimarães / Voz das Comunidades

A correria constante na rotina de Thaís Dutra, de 23 anos, é uma característica comum compartilhada entre os seus familiares. Filha de Verônica e neta de Albertina, duas mulheres focadas no universo do empreendedorismo feminino, ela deposita em sua trajetória toda a potência e o comprometimento herdado por elas. Com esses aprendizados geracionais, a jovem administra, há um ano, o Brechó Princesa Da Favela no Vidigal. 

“Com a  pandemia do coronavírus, mais uma vez, eu precisei me reinventar, pois a área principal que atuo, o teatro, foi fortemente atingida, já que não era possível reunir muita gente. Então, eu precisava ajudar na renda de casa. E, através do que aprendi com as lideranças femininas da minha família, onde atuam no comércio desde que sou pequena, resolvi abrir minha própria lojinha de roupa. O meu brechó”, comenta. 

O espaço, que carrega o seu apelido de “Princesa da Favela”, comercializa roupas seminovas com preços acessíveis e, também, peças customizadas por Thaís, que explora toda a sua criatividade artística através de tintas e pincéis, dando uma nova personalidade para os itens do brechó. No início, a loja funcionava na laje de sua casa. Mas, agora, com a abertura do comércio no Rio de Janeiro, está na rua Benedito Calixto, número 10, no Vidigal. 

“Aqui, vendo roupas seminovas, de marcas ou não, mas também customizo bastante as peças com os meus gostos. Para falar a verdade, no Brechó da Princesa da Favela, o que mais vende são essas peças feitas por mim, pois o público gosta desse lado mais artístico”, detalha. 

Com muita criatividade e personalidade, Thaís Dutra personaliza peças em seu brechó
Foto: Matheus Guimarães/Voz das Comunidades

A arte, aliás, é uma presença certa na vida da “Princesa da Favela”. Atriz pela Companhia de Teatro Nós do Morro, do Vidigal, Thaís conheceu novos estados no país, como o Rio Grande do Sul, e viajou o mundo em apresentações teatrais (Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, Egito, Espanha, Portugal, Alemanha, entre outros países). “Como pode ver, a arte é minha vida (risos)”, define. 

Além disso, a “Princesa da Favela” faz parte da Banda Morenas do Sol, um grupo de mulheres que tocam instrumentos de percussão e têm a meta de realizar apresentações musicais no próximo carnaval. A formação surgiu através das aulas no Nós do Morro, onde conheceu as outras integrantes.

“O Nós do Morro é a minha vida e me deu acesso à diversas possibilidades no mundo, como apresentações de peças, formação do meu grupo de mulheres que tocam instrumentos de percussão e muito mais”, analisa. 

Mulheres no empreendedorismo

Se a presença da arte é uma companhia que define a trajetória de Thaís, a conexão com pautas femininas e o pensamento de construção coletivas são outras características que acompanham seu desenvolvimento. Com o apoio da mãe e da avó, ela organiza a feira de empreendedoras na Praça do Vidigal, onde mulheres que atuam no comércio confraternizam entre si. 

“Então, eu percebi que no Vidigal tem muita liderança feminina, mas que, muitas vezes, elas não se conhecem. Com isso, tive a ideia de organizar uma feira de empreendedoras femininas para realizar esse contato entre as comerciantes locais. Agora estamos na nossa quarta edição e isso tem sido muito bom, sabe? Através desse evento, elas trocam experiências e até formam parcerias nas vendas. Uma mulher ajudando a outra, vamos mais longe”, explica. 

Dentro dessa correria de rotina e na intenção de sempre estar em movimento, Thaís ainda trabalha como influencer digital e modelo. Nesta área, realiza campanhas para marcas no seu Instagram, que possui 12,5 mil seguidores. 

Além de comerciante, atriz e musicista, a Princesa da Favela também é modelo e influencer digital 
Foto: Matheus Guimarães/Voz das Comunidades

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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