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Empreendedora da Penha usa venda de doces para ajudar animais de rua

A moradora da localidade Quatro Bicas já intermediou a adoção de mais de 20 animais encontrados na rua e doa mensalmente dezenas de quilos de ração

Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades

A história de Denise Faria com a confeitaria já começa por uma boa causa: ajudar uma família nordestina a voltar para sua terra natal. Foram os brigadeiros seus primeiros doces, que eram vendidos para auxiliar a viagem. Aos poucos, a professora aposentada de 58 anos tomou gosto pela cozinha. E mesmo depois dos integrantes da família que escolheram voltar para casa já terem retornado ao Nordeste, ela deu continuidade ao seu trabalho como confeiteira. Atualmente, a moradora da localidade Quatro Bicas, no Complexo da Penha, vende seus quitutes para ajudar a causa animal e já resgatou e intermediou a adoção de mais de 20 cães. 

A Opção Chocolate é sinônimo de carinho. “Estava na dúvida sobre como chamar meu negócio. Daí pensei que quando queremos presentear alguém e não sabemos direito o que dar, escolhemos chocolates ou coisas na base dele. Assim, surgiu o nome. Depois disso, fui aprender a fazer o que eu mais gostava e nunca achava um que me agradasse para comer: o pão de mel. Aprendi a fazer, levei para amigos experimentarem e começaram as encomendas. Quase junto das primeiras encomendas, surgiu um dos meus primeiros resgatados, o Panqueca”, conta Denise. 

Denise trabalha, sem ajudantes, na cozinha de sua casa e prepara todos os doces manualmente, um a um, de forma artesanal 
Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades

A empreendedora sempre ajudou animais de rua, com dinheiro tirado do seu próprio salário vindo de seu trabalho formal. “Mas o caso do Panqueca foi diferente. Ele precisava de um tratamento longo e caro. Foi o dinheiro dos doces que me possibilitou ajudá-lo. Foi quando eu percebi que precisava mesmo investir nos meus doces pois eles me permitiriam poder auxiliar mais animais”. Coincidência ou não, depois disso os bichinhos não pararam de aparecer na vida de Denise. 

A professora do Ensino Fundamental aposentada conta que sempre gostou de animais. “A maioria do meu tempo de vida tive animais de estimação. Sempre adotamos, nunca compramos. Sou contra a reprodução de animais para venda, isso é exploração. A adoção é o caminho correto para quem deseja ter um bichinho em casa”. Em seguida, faz um apelo. “É importante entender que adotar um animal é um ato de amor, mas também de responsabilidade e compromisso. Se for adotar, faça de forma consciente”. 

Denise coleciona histórias dos animais que já ajudou. A “Menina” é uma delas. “Ela fica na rua do Ferro Velho, do outro lado da rua onde moro. Sempre a via pela rua e como ela, mesmo sendo bem grande, gosta muito de brincar, as pessoas se assustavam e a ameaçavam. Foi quando conversei com o dono do ferro velho e perguntei se ele não aceitava ficar com a Menina. Disse que eu ajudaria com todas as despesas dela e ele aceitou. A castrei e dou a ração que ela precisa todo mês, assim como todos os remédios e o que ela precisar. Inclusive, ela ficou aqui em casa no pós-operatório da castração”. O doce, como uma renda extra, me possibilitou poder ajudar mais e melhor os animais.

A cadela Menina foi resgatada, tratada, adotada e atualmente esbanja saúde e alegria
Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades

Em média, a empreendedora doa mais de 130 kg de ração por mês. Seja para os animais de rua, para os que ela abriga em sua casa de forma temporária, os abrigos ou os animais adotados que precisam. “Mas também conto com pessoas que me ajudam. Trabalho com uma rede de apoio, tem uma veterinária que sempre me atende quando preciso, vizinhos, abrigos…”

Agora, Denise está se profissionalizando e oferecendo diversos produtos. São biscoitos, bolos, brigadeiros, o carro-chefe pão de mel recheado, doces personalizados e mais. “Quero crescer e poder ajudar cada vez mais os animais que precisam”. Para conhecer mais sobre o trabalho da Denise, acesse suas páginas nas redes sociais @opcaochocolate. 

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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