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Destaque no futsal do Rio, time sub-9 do Ferroviário busca título carioca

Ferroviário do Alemão começa o segundo turno do campeonato sendo o líder da competição, com apenas uma derrota em 9 jogos

Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Criada em março de 2019, a equipe de futebol infantil do Alemão surgiu com o intuito de representar o Complexo do Alemão no cenário carioca de Futsal. Desde então, o Projeto Esportivo Ferroviário da Villa, vem conquistando o cenário do Futsal carioca. A equipe tem boas chances de vencer o estadual deste ano da categoria.

Em 2018, recém-chegado do estado do Ceará, Francisco Danilo, decidiu montar um projeto de Futsal na comunidade, mas de uma forma diferente. Ele pensava em fazer do Complexo do Alemão uma verdadeira escolinha de futebol de base e com isso fazer com que as crianças da comunidade não precisassem mais sair da comunidade para começar a carreira no futebol. 

Evolução no futsal do Rio 

No decorrer das últimas temporadas, a equipe foi crescendo, não só dentro das quadras, mas também fora delas. Se os recursos são poucos, são muitas as pessoas que colaboram para que o sonho do time do Alemão continue. Através de uma vaquinha online e com ajuda de pais, o clube conseguiu adquirir um placar eletrônico para a quadra da Vila Olímpica Jorginho da SOS, na Estrada do Itararé, em Ramos, onde mandam os seus jogos, e um terceiro uniforme para o time. Essas demandas foram necessárias para que disputasse o campeonato da federação carioca de futsal.

“Não é só mais um projeto. Nós conseguimos tirar a criança daqui e jogar em Petrópolis, Copacabana, por exemplo. Hoje somos e temos uma rotina de um clube. Temos o privilégio de falar que o ferroviário dá a mesma perspectiva, a mesma visibilidade que times de bairros mais tradicionais. Tenho crianças aqui que recusam outros times para representar a comunidade”, ressalta o coordenador do time Francisco Danilo. O clube se tornou uma das referências na hora de buscar jovens talentos.

De um projeto, para um clube

Graças a uma liberação da federação carioca, o clube manda as suas partidas na quadra da Vila Olímpica do Alemão. Muitos clubes se recusaram a jogar, alegando que o local era muito próximo da favela. Mas, com ajuda da federação carioca, conseguiram exercer seu direito.   

O Ferroviário foi o primeiro clube de base da favela a se filiar na federação
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Atualmente, o projeto conta com 76 jogadores, divididos em três categorias infantis. Destaque para o sub-9, os jogadores dessa categoria lideram o estadual com 7 vitórias, 1 empate e apenas 1 derrota em nove jogos, fechando assim o primeiro turno do torneio na primeira colocação. Mas, as outras categorias não ficam para trás e acabam sendo vitrine de jogadores para muitos clubes do Rio.

Jogadores e Comissão técnica focados no título

Atleta do sub-9, Laís Amorim, de 9 anos, é uma das meninas que jogam no projeto. A pivô do time não se intimida e conta o segredo do sucesso do Ferroviário: “Muito treino. Levamos sempre a sério, e por isso estamos conseguindo ganhar”, conta ela sobre o desejo de vencer a Liga Estadual 2021. 

Luan, Laís e Yudi são destaques do time sub-9 
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Psicólogo voluntário e membro da comissão técnica, Harrysson Natan comenta sobre o momento do clube. “O impacto disso daqui que estamos fazendo hoje o futuro vai mostrar. Um garoto hoje que está no Ferroviário aprendeu a disciplina, o respeito. Ele querendo ou não muda sua visão de vida”. 

O Ferroviário transmite suas partidas através do seu canal no YouTube, o TV Ferrão CPX. Os treinos são às segundas, quartas e sextas, das 18h às 22h. As inscrições podem ser feitas nesses dias e horários no endereço: Estrada do Itararé, 526-596 – Ramos, Rio de Janeiro.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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