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Morador do Vidigal utiliza a comunidade como local de treino de Parkour

Praticante do esporte há 4 anos, Carlos Henrique, de 19 anos, já chegou a ser enquadrado por policiais militares enquanto treinava
Foto: Selma souza / Voz das Comunidades
Foto: Selma souza / Voz das Comunidades

Parkour é um tipo de atividade física inspirada no “método natural de educação física”, idealizado pelo educador físico francês Georges Hébert. O nome Parkour tem origem em parcour, que significa percurso em francês. No Morro do Vidigal, Carlos Henrique, de 19 anos, há quase 4 anos é praticamente de Parkour. Por falta de espaços próximos da sua casa voltados para a prática do esporte, ele decidiu usar a favela como um local de treinos.

O praticante do Parkour é chamado de traceur (traçador de rota em português). Seu objetivo é tentar encontrar um meio de fazer os caminhos que as pessoas normalmente fariam andando, de maneiras diferentes. É o que faz Carlos Henrique, ou melhor, Samurai (apelido que utiliza). Ele começou no esporte após ver o primo mais velho com outros jovens praticando o esporte na praia e levou para o Vidigal. O esporte ainda é pouco popular no Brasil, justamente pela falta de locais para praticá-lo. Contudo, isso não impediu Samurai de mergulhar no Parkour. 

Assim como outros esportes que chegaram ao Brasil neste século, o Parkour ainda é muito marginalizado, o que afeta a popularização do esporte Foto: Selma souza / Voz das Comunidades

“Os movimentos saem dos padrões. E usando a mente (sobre a ideia de utilizar os espaços do Vidigal no parkour), conhecendo as ruas do morro e vendo a precisão necessária dos movimentos, eu consigo fazer aqui. Em comparação a outros lugares (que tem parque de parkour), aqui (na favela) é mais desafiador”, explica Samurai.

Para executar os movimentos, é necessário observar muito bem o caminho a ser percorrido e traçar uma trajetória que seja simples, rápida e eficaz. A simplicidade não ocorre quando há pretensão de incluir movimentos acrobáticos. O Parkour recebe muitas críticas por ser tido como um esporte de alto risco, o que leva até mesmo a um julgamento das pessoas que olham de longe. O jovem já chegou a ser enquadrado por policiais militares enquanto treinava pela comunidade. “Os outros falam: é coisa de “maluco”, mas não ligo, só sigo em frente. É um esporte como outros por aí, lá fora (outros países). Não tem esse preconceito”. 

Apesar de tudo, o jovem não deixa de praticar o esporte
Foto: Selma souza / Voz das Comunidades

A rotina de treinos do Samurai começa cedo. Por volta das 7h da manhã, o jovem já está pelas ruas do Vidigal para começar os seus treinos, com os indispensáveis tênis, roupas leves e principalmente um bom e caprichado alongamento. 

Samurai fala do sentimento de ser praticante de parkour e suas expectativas, “É liberdade (sobre fazer parkour), porque é poder me expressar do meu jeito, sem estar preso a nada. Espero que o esporte possa ganhar nome, ter mais visibilidade para dar oportunidade a quem prática”

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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