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Pessoas com problemas na pele NÃO tem relação com ‘infecção bacteriana’ por uso de máscaras

Circula nas redes sociais fotos de pessoas com marcas, vermelhidão e erupções na pele. A legenda que diz que as pessoas das imagens foram infectadas pela bactéria Staphylococcus, devido ao uso de máscaras de proteção. A informação é falsa. Algumas dessas imagem são encontradas na internet muito antes do início da pandemia de Covid-19, mostram doenças que não têm relação com o uso de máscaras. Outra apresenta marcas deixadas na pele devido à pressão dos equipamentos de proteção individual (EPIs) de uso médico, após horas de uso. O uso desse equipamento não causa infecção por Staphylococcus, caso elas estejam sido adequadamente higienizadas.

A Staphylococcus aureus é uma bactéria que pode estar naturalmente presente no nariz ou na pele. Ela pode provocar desde infecções cutâneas até doenças mais sérias como a pneumonia. É muito comum que crianças tenham este tipo de infecção na pele, chamadas de piodermites. Mas não pelo uso da máscara de proteção. As infecções acontecem de forma secundária, se você tem traumas, desequilíbrios na flora, manipula uma bolha com a mão suja ou se a imunidade não está muito boa, por exemplo.

A máscara só pode acarretar um problema na pele se houver alguma alergia, ou se o rosto e máscara não forem higienizados. O uso de máscara não leva a infecção, a má higiene sim. Apenas uma das imagens divulgadas, comprovadamente, tem relação com o novo coronavírus. Contudo, ela não mostra uma pessoa doente, e sim uma profissional de saúde que ficou com o rosto marcado após usar equipamentos de proteção individual (EPIs) por horas.

Ao contrário das máscaras comuns, respiradores como o N95 vedam totalmente a entrada de ar e, por isso, fazem pressão na pele e podem deixar marcas temporárias. A foto original foi republicada pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em sua conta pessoal no Twitter.

Também não é verdade que os profissionais da saúde usem máscaras descartáveis sempre. De acordo com o Ministério da Saúde, médicos, enfermeiros e outros trabalhadores em hospitais podem utilizar a máscara cirúrgica ou os respiradores, de acordo com a atividade realizada.

É importante ressaltar que mesmo essas informações sendo falsas, a higienização das máscaras é fundamental. O Ministério da Saúde recomenda que elas sejam trocadas a cada duas horas. Caso não sejam descartáveis, é imprescindível lavar a peça antes do próximo uso.

EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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