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Moradores descem a favela carregando 5 corpos após operação no Complexo do Alemão

Familiares e amigos das vítimas tiveram que remover os corpos de locais onde foram assassinados

Fotos: Bruno Itan / Olhar Complexo

Desde o início da manhã desta sexta-feira (15), a Polícia Civil e o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do RJ (BOPE) realizam operação no Complexo do Alemão. Até às 12h da manhã de hoje, 10 mortes foram confirmadas e 2 pessoas ficaram feridas. Além dos óbitos, casas foram invadidas e moradores estão enviando imagens relatando situações de violação de direitos humanos nos becos da favela.

Familiares e amigos das vítimas tiveram que remover os corpos de locais onde foram assassinados e levaram para a parte baixa da comunidade carregados em lençóis. Em um vídeo, compartilhado no twitter do Voz das Comunidades, é possível ver um grupo de moradores fazendo a identificação de 5 corpos dos corpos na entrada da comunidade Nova Brasília, que faz esquina com a Avenida Itaóca.

“Nós moradores tivemos que nos unir para tirar esses corpos que estão aí, ó! Tava cada um por cima do outro largado. Ninguém podia descer (…) os caras disse que não podia descer. Essa é a nossa realidade”

Casas Invadidas

“Um tiro pegou na direção da cama que a minha filha de 2 meses dorme. Graças a Deus não estávamos mais na cama”, conta em outro vídeo um pastor que teve a casa invadida na manhã de hoje. Além da invasão, uma bomba foi jogada em frente à residência e vários tiros atingiram a porta, paredes, janelas e ar condicionado da família.

Carros arrastados por caveirão

Em outro relado através de vídeo enviado por moradores, é possível ver o estrago que o caveirão fez ao passar por dois carros estacionados.

Nota da PM

A Coordenadoria de Comunicação Social da Polícia Militar retornou os questionamentos do Voz das Comunidades com a seguinte nota:

A Secretaria de Estado de Polícia Militar esclarece que as operações desencadeadas pela Corporação são pautadas por informações da área de inteligência e seguem protocolos rígidos de execução.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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