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Policiais são denunciados por morte de pedreiro na Vila Kennedy após um ano

José Pio Bahia Júnior foi morto com um tiro nas costas enquanto trabalhava como pedreiro numa laje na comunidade

Dia 3 de setembro de 2019 José Pio Bahia Júnior, de 45 anos, foi morto com um tiro nas costas enquanto trabalhava como pedreiro numa laje na Vila Kennedy, zona Oeste do Rio de Janeiro, favela onde morava há 20 anos. Segundo as investigações da Delegacia de Homicídios (DH) e do Ministério Público, os policiais que atuavam no 14º Batalhão de Polícia Militar de Bangu, Antônio Augusto Valente Gradim Júnior, Guilherme de Azevedo Souza e Letícia Cristina Muritiba de Sousa Queiroz, foram responsáveis pela morte de José Pio. 

PMs alegam que durante uma operação realizada no dia do ocorrido foram recebidos a tiros por criminoso e por isso fizeram disparos. Mas afirmam que não viram o pedreiro na laje. No entanto, de acordo com testemunhas apenas os policiais atiraram e não houve troca de tiros na comunidade. Moradores relataram que os agentes foram informados sobre um inocente atingido, mas não prestaram socorro à vítima.

Além da morte de José Pio, os policiais foram denunciados por tentativa de homicídio dos auxiliares do pedreiro que trabalhavam no local e conseguiram fugir. O Ministério Público solicitou a suspensão dos três PMs, que também estão proibidos de manter contato com os sobreviventes ou testemunhas. 

José Pio Bahia Júnior foi mais uma vida perdida entre as 1.519 vítimas que morreram baleadas em 2019 no Rio de Janeiro, segundo dados do Fogo Cruzado. De acordo com a plataforma, ano passado 2.876 pessoas foram baleadas, 1.357 delas ficaram feridas. Os dados mostram que nesse mesmo ano a Vila Kennedy foi a localidade com mais tiroteios, registrando 376 casos.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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