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Projeto de Yoga do Vidigal distribui cestas com produtos naturais nas favelas do Rio

Até o momento, o AME VIVA realizou oito ações divididas entre Morro do Vidigal e PPG, na Zona Sul, e Complexo da Maré, na Zona Norte
Foto: Vilma Ribeiro/Voz das Comunidades
Foto: Vilma Ribeiro/Voz das Comunidades

Dizem que, há milênios, a Yoga surgiu na cultura Hindu, na Índia, inspirada na Yoga de Kemet, no antigo Egito. Segundo estudos, sua prática visa cuidar não só do corpo, mas também da mente e da alma, o que inclui pensar a forma como nos alimentamos. O projeto AME VIVA, do professor de Yoga Francisco Gusmão, de 33 anos, tem como objetivo justamente inserir a alimentação saudável na vida dos moradores das favelas do Rio. Até o momento, foram oito ações divididas entre Morro do Vidigal e PPG, na Zona Sul, e Complexo da Maré, na Zona Norte.

Entre de cestas básicas com produtors naturais na Maré
Foto: Divulgação

As cestas básicas vêm com frutas, legumes e verduras da época, que são escolhidas a dedo pelo professor de Yoga. Até o momento, Francisco Gusmão, que tem 30 alunos, sendo 10 crianças, “se vira nos 30”. Além disso, ele produz camisetas que, a cada uma que é vendida, é doada uma cesta básica. Mas, atualmente, ele conta que as doações estão mais fortes que a venda das roupas, que acontece via Instagram. No momento de montar e entregar as cestas, ele tem a ajuda de alunos e amigos.

E, de onde surgiu a ideia? Para além do AME VIVA ter os três pilares da saúde, que são alimentação natural, meditação regular e exercício diário, Francisco relembra de quando pensou nas “Cestas do Bem” pela primeira vez. “Quando fiquei desempregado e peguei uma cesta básica para mim, vi que eu não comia quase nada que tinha. Senti falta de produtos da terra”, disse.

Foi então que ele pegou seus R$ 1000 do FGTS e investiu em 20 camisetas. Com a venda delas, conseguiu doar 20 cestas básicas para o Onça Muay Thai, no Vidigal. Francisco conta que a aceitação das cestas é enorme. “As crianças levam as cestas básicas para casa e os pais e avós adoram. Percebo que, assim como eu, muitos vieram de cidades pequenas e interioranas, onde tinham contato com comida da terra. Ninguém nunca reclamou que faltava algo. Já vi gente comemorando: ‘tem até macaxeira!’”.

O professor, no entanto, desabafa que ainda não consegue fazer entregas todo mês, mas que é a sua meta. Sua intenção é que o projeto se espalhe por todas as favelas do Rio de Janeiro e, quem sabe, até ganhar um edital para impulsionar as ações. “Prosperidade na vida é financeira também. Mas, a gente gasta um monte de dinheiro com alimentos viciantes, como refrigerante e chocolate. Ficamos doentes e gastamos mais dinheiro com remédio. Eu tenho como exemplo a minha família, como meu tio e minha avó, que gastaram um monte de grana em remédios para se curar do estilo de vida, que foi super desgastante”, explicou.

O professor diz que, levando a consciência para a alimentação, meditação e exercício, há como manter um equilíbrio. “A gente consegue trazer a prosperidade de volta para as nossas vidas. E, assim, pode sobrar mais dinheiro para a gente viver”, reflete. Para finalizar, ele compartilha que outra de suas metas é formar professores de Yoga para atuarem em outras favelas da cidade e, dessa forma, unir mais forças para levar os três pilares do AME VIVE para mais pessoas.

Indicação de receita da AME: Quibe assado de abóbora

Ingredientes:

  • 2 xícaras de chá de trigo para quibe
  • 2 xícaras de chá de abóbora
  • 1 cebola média
  • 2 dentes de alho
  • 2 colheres de sopa de azeite
  • 4 colheres de sopa de hortelã fresca
  • Sal e pimenta do reino a gosto

Modo de preparo:

  • Deixe o trigo de molho em 2 xícaras de água morna por 30 minutos. Escorra bem e reserve.
  • Cozinhe ou asse a abóbora até ficar macia. Amasse com um garfo e reserve.
  • Refogue a cebola e o alho no azeite, adicione a abóbora, o sal e a pimenta do reino.
  • Em um recipiente grande, misture o trigo, a abóbora e a hortelã picada. Mexa bem.
  • Coloque em uma forma antiaderente ou untada e asse por 30 minutos. 
  • Sirva com limão ou seu molho favorito.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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