Pesquisar
Close this search box.
Pesquisar
Close this search box.

Projeto ‘Óleo no Ponto’ ajuda na empregabilidade e na conscientização do meio ambiente na Rocinha

Iniciativa troca óleo de cozinha por produtos de limpeza, contribuindo para a preservação e comprometimento da comunidade com a sustentabilidade
Foto: Vilma Ribeiro/ Voz das Comunidades

O aquecimento global está aí e isso não é novidade para ninguém. No dia 14 de novembro, o Rio de Janeiro encarou um dos dias mais quentes do ano de 2023 e isso é consequencia de anos de poluição e outras ações do ser humano. Mas há quem busque uma forma de combater o aquecimento global ao mesmo tempo que promove a sustentabilidade. É o caso do projeto social “Óleo no Ponto”, uma iniciativa social que busca conscientizar e reduzir a contaminação ambiental. E de que forma eles fazem isso? Trocando óleo de cozinha por produtos de limpeza.

O projeto social foi criado em 2020 por Marcelo Santos, de 41 anos, morador da Rocinha. Ele conta que sempre quis fazer algo em benefício para a comunidade de algum jeito e encontrou na conscientização ambiental a oportunidade. “Os moradores descartam seu material de forma incorreta, como o óleo de cozinha que ia de bueiro abaixo contaminando as praias de São Conrado por inteiro. E aí começamos uma movimentação a qual poderia trazer educação ambiental para o morador, evitando prejudicar o meio ambiente”, contou.

O ‘Óleo no Ponto’ funciona dentro do Ciep 303 – Ayrton Senna da Silva, bem pertinho da passarela da Rocinha. Lá, moradores fazem a doação do azeite usado e trocam por sabão, detergente, desinfetante que o próprio projeto produz – o chamado ‘Sabão do Morro’. Atualmente, a iniciativa emprega 20 mulheres na produção de sabão, proporcionando uma fonte de renda para elas na comunidade.

Marcelo (também conhecido como Marcelinho) é idealizador do projeto ‘Óleo no Ponto’
Foto: Vilma Ribeiro/ Voz das Comunidades

Conhecida como Cilene, Francisca Souza, de 53 anos, é moradora da Rocinha e também é uma das colaboradoras atuantes no projeto ‘Óleo no Ponto’. “Nós coletamos óleo, garrafas pet e tampinhas para evitar qualquer descarte inadequado. Estamos aqui todas as sextas-feiras, engajadas na produção desses itens, contribuindo para o meio ambiente.”, conta ela que sonha em expandir e criar mais oportunidades de trabalho dentro do projeto para as mulheres da comunidade da Rocinha.

Cilene sonha em mais oportunidades de trabalho para mulheres no projeto.
Foto: Vilma Ribeiro/ Voz das Comunidades

A dona Maria da Penha Dias, de 56 anos e também moradora da Rocinha, estava fazendo a sua contribuição quando a equipe do Voz das Comunidades estava no projeto. Generosa, ela doou cinco litros de óleo e trocou por produtos de limpeza. “Consegui juntar um pouco e também peguei com meu filho, que trabalha em um restaurante. Para mim, é ótimo realizar essa troca, recebendo os produtos e ainda contribuindo para o meio ambiente.”

Foto: Vilma Ribeiro/ Voz das Comunidades

Renato Dias, 41 anos, é coordenador do projeto ‘Óleo no Ponto’. Ele conta que a iniciativa é inovadora destacando seu impacto ambiental positivo. “Hoje, o óleo coletado chega à nossa oficina, onde é transformado em uma valiosa matéria-prima, gerando renda para todos os envolvidos. Participar dessa ação é gratificante, pois fazemos a diferença.”

Atendimento para a população

Não é só na reclicagem de óleo e produção de produtos de limpeza que o projeto atua. Marcelinho também teve a ideia de assistencia social, denominado ‘Família na Mesa’. Criado em 2018, o projeto atua no auxílio para famílias da Rocinha, com a distribuição de cestas básicas, atendimento psicológico e nutricionista. Marcelo conta que idealizou o projeto ao testemunhar uma família da Rocinha enfrentando dificuldades. “Em pleno século 21 ainda tem pessoas passando fome. Isso mexeu muito com a minha cabeça. Aí comecei uma movimentação pra arrecadar cestas básicas para essas famílias”.

O ‘Família na Mesa’ também oferece isenções de documentos, auxílio no agendamento de identidade, título de eleitor e certidão de nascimento além de rodas de conversas e até uma feira de legumes. Há dois meses trabalhando no projeto, a psicóloga Helen da Cunha, de 34 anos contou que a cada dia que passa se apaixona mais pelo ‘Família na Mesa’. “Aqui muitas famílias são impactadas e isso me encanta. Eu sempre quis trabalhar na área social transformando vidas”, detalhou

Dois meses de projeto e encantada em ajudar a todos. É o sentimento que a Helen expressa ao atuar no projeto social.
Foto: Vilma Ribeiro/ Voz das Comunidades

Para quem estiver interessado em saber como os projetos sociais atuam, pode encontrá-los nas redes sociais e na internet.

Óleo no Ponto

Família na Mesa

Compartilhe este post com seus amigos

Facebook
Twitter
LinkedIn
Telegram
WhatsApp

Veja também

EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

Contato:
[email protected]