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Renato Santos: Conheça a trajetória do presidente da Associação de Moradores da Alvorada

A filosofia de trabalho do Renato sempre foi dar capacitação aos moradores para impulsioná-los a não ficar dependente da associação

Nascido e criado no Complexo do Alemão. Presidente da Associação de Moradores da Alvorada há 20 anos. Renato Santos, de 55 anos, conta sua trajetória de superação e luta por uma vida melhor para os moradores. 

O cargo de presidente da associação de moradores dentro de uma favela tem uma grande importância, muita das vezes por ser uma das poucas vias de intermediação com o poder público. E Renato Santos entende muito bem esta realidade. Esteve presente em cada momento da construção do que hoje é a associação de moradores e da própria localidade da Alvorada, no Complexo do Alemão.

Início

Renato foi um dos fundadores da Associação de Moradores da Alvorada no ano de 1981. Desempenhou várias funções, como gari comunitário, manobreiro de água, até chegar à presidência em 2000. “Quando me pediram para candidatar como presidente, de início eu não queria, mas após a saída da Zilda, que era a presidente da época, eu acabei ficando e dei sequências aos projetos”.

Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades

A filosofia de trabalho do Renato, como presidente da associação, sempre foi capacitar moradores, para impulsioná-los a ter o seu próprio auto sustento, a não ficar dependente da associação e outros meios. “Percebemos que não bastava apenas assistir aquelas famílias, porque não resolvia o problema, e mudamos nossa abordagem. A associação então começou a promover programas de alfabetização, pré vestibulares comunitários, cursos de informática, e encaminhar currículos”.

Desafios enfrentados

“Os maiores desafios de um presidente de associação são arrecadações de recursos financeiros e a busca da manutenção de itens básicos, como água, luz e coleta de lixo. O presidente vai além do cargo, nós viramos um gestor. É uma luta diária estar buscando esses recursos para dar uma vida digna ao morador”. 

Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades

Essa longa e bonita trajetória de trabalho pela comunidade quase foi interrompida em 2017, quando Renato passou por uma depressão após a perda da sua filha. “Minha família e meu amigos foram fundamentais para que eu pudesse voltar. Muitas pessoas passavam aqui e diziam que eu era importante e que muitos se espelhavam em mim. Me apeguei muito a Deus para retomar os trabalho. E encontrei no nesse trabalho uma maneira de voltar a viver de novo. E com isso também, compreender melhor as dores de outras pessoas que passam por isso”. 

Próximos objetivos

Renato Santos atualmente tem a ecologia como principal método de conscientização dos moradores e explica como o lixo pode ser visto de outra forma. “O lixo tem valor e pode ter um papel fundamental na renda das pessoas com a sua reciclagem, a comunidade só tem a ganhar com isso. Além da renda, temos a possibilidade de ter um espaço revitalizado com essa conscientização”.

Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades

O presidente ainda dá o seu exemplo e com isso espera incentivar outras pessoas a seguirem os mesmos passos. O lixo reciclado pela Associação de Moradores da Alvorada é revertido em fundos do Instituto Emergencial Social, que tem como intuito de comprar itens básicos para pessoas com necessidades especiais. 

Fundado em 1995, o projeto tem como objetivo dar suporte às pessoas com necessidades sociais e sua famílias. A reciclagem feita pela associação é o primeiro passo para a estruturação do projeto, que é o maior objetivo do presidente para os próximos anos.

Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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