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Primeiro cinema do Brasil em Favela, CineCarioca Nova Brasília continua fechado

O RioCine, órgão responsável pelo CineCarioca Nova Brasília, não retornou as tentativas de contato feitas pela equipe do Voz das Comunidades durante toda a semana e os moradores continuam sem respostas sobre o reabertura da unidade
Cine carioca Nova Brasília fechado janeiro 2020. Foto: Vilma Ribeiro/Voz das Comunidades
Cine carioca Nova Brasília fechado janeiro 2020. Foto: Vilma Ribeiro/Voz das Comunidades

Inaugurado em dezembro de 2010, o CineCarioca Nova Brasília é o primeiro cinema do Brasil a ser instalado dentro de uma favela, mas em 2020, após o fim do contrato da última gestão (Grupo Casal), o espaço de entretenimento e lazer dos moradores do Complexo do Alemão, está fechado.

A estrutura do cinema, que fica na Praça do Terço, conta com uma sala 3D que possuía 41% de taxa de ocupação, muito acima da média das salas da cidade, que é de cerca de 25%. O local suporta até 90 cinéfilos, com 153m² de sala de projeção e já exibiu em mais de 8.000 sessões sucessos que fizeram surgir grandes filas na porta do cinema da comunidade, entre eles Aquaman, Vingadores: Ultimato, Aladdin, O Rei Leão e o vencedor dos prêmios do Júri no Festival de Cannes o de Melhor Filme no Festival de Cinema de Munique, o polêmico Bacurau.

O local era frequentado por muitas crianças. Foto: Reprodução

Para Lucas Ramos, que mora em frente ao cinema, ver o local fechado é motivo de muita tristeza. “Eu acho o cinema aqui na favela algo muito importante. Tem lançamento no mesmo dia do cinema do shopping. A fila fica imensa, dá voltas pela praça e é um lugar de família. As vezes vem gente até de outros morros”. Além do fácil acesso para os moradores, o valor do ingresso, que era vendido por R$5, atraia ainda mais espectadores. “Imagina pagar 30 conto no shopping? 30 não, 60! A gente quase nunca vai no cinema sozinho, né?”, conta Lucas, que confessou estar chateado de ainda não ter conseguido assistir Minha Mãe é uma Peça 3”.

O site da Prefeitura do Rio diz que o programa CineCarioca é uma iniciativa criada para ampliar o acesso da população carioca ao cinema e estimular o hábito de assistir filmes, mas até o fim dessa matéria o RioCine, órgão responsável pelo CineCarioca Nova Brasília, não retornou as tentativas de contato feitas pela equipe do Voz das Comunidades durante toda a semana e os moradores continuam sem respostas sobre o reabertura da unidade.

Zelador do Cinema

Com a falta de informação da Prefeitura em relação a reabertura do cinema, iniciou um boato de que o ex-vereador Jorginho da SOS seria um dos responsáveis pelo espaço. Questionado sobre sua atuação na unidade, em entrevista, Jorginho disse que está trabalhando pelo CineCarioca, mas prefere ser chamado de “zelador”.

“Eu não vou administrar, vou cuidar do cinema”. Foto: Vilma Ribeiro/Voz das Comunidades

“As pessoas criam muito boatos, mas poucos vem aqui para falar comigo. O cinema estava desconhecido, aquietado. Fui convidado pelo Secretário Municipal de Cultura Adolpho Konder para estar junto, mas não vou administrar, como estão falando por aí. Vou cuidar do cinema como um zelador.” 

Jorginho disse ainda que não tem uma data para a reabertura, mas afirmou que o cinema voltará ainda no mês de janeiro. “A primeira coisa que temos que deixar claro aqui é que o cinema não vai ficar fechado!”

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PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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