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Rocinha é apontada como um dos 10 piores lugares para se visitar

A pacificação da Rocinha, em novembro de 2011, foi um marco no projeto de pacificação das favelas do Rio. Estratégica para o tráfico por sua localização numa área nobre da cidade, com faturamento alto e cercada de rochas e matas, a região já foi palco de intensos confrontos, e teria se tornado esconderijo de bandidos foragidos até do Complexo do Alemão. Com a ocupação, no entanto, o local passou a receber mais cariocas e até turistas, atraídos por suas festas, restaurantes e a vista imbatível da cidade. Mas nem todos estão convencidos de que a Rocinha está segura. Uma reportagem do blog Gadling, que fica hospedado no site americano Huffington Post, aponta a favela como um dos 10 piores destinos para se visitar em 2012, ao lado de Ciudad Juarez, no México; Porto Príncipe, no Haiti; e Mogadishu, na Somália, descrita como a “cidade mais sem lei e perigosa do mundo”.

FOTO: Reprodução do site Gadling, que aponta a Rocinha como um dos 10 piores lugares do mundo para se conhecer em 2012.
FOTO: Reprodução do site Gadling, que aponta a Rocinha como um dos 10 piores lugares do mundo para se conhecer em 2012.

De acordo com o texto do jornalista e fotógrafo Justin Delaney, apesar das belas vistas e da boa infraestrutura, a comunidade é um “playground’ para os ‘Zé Pequenos'” do mundo moderno, uma referência ao personagem de um traficante do filme Cidade de Deus, de Fernando Meirelles.

“A Rocinha é a maior favela do Rio de Janeiro. Enquanto sua infraestrutura excede aquela de outras favelas menores, e sua vista da cidade é realmente de tirar o fôlego, o lugar é também o lar de milhares de brasileiros de classes mais baixas, todos amontoados num morro íngreme e sem lei”, diz um trecho do texto.

O jornalista afirma, ainda, que aos poucos o Brasil, que possui um dos maiores índices de assassinato do mundo, vem conseguindo diminuir a violência para receber a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Ele diz ainda que a comunidade foi “ocupada por militares e forças políciais” recentemente, numa tentativa de restaurar o poder público.

“Até eles conseguirem (restaurar o poder público), ficar fora da favela é recomendado”, conclui o jornalista.

No mesmo blog, no entanto, um post publicado também nesta sexta-feira, afirma que o Brasil emerge em 2012 como um destino de férias de luxo. E avisa: “visite agora, antes que a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 torne esse paraíso numa armadilha para turistas”.

Para o Secretário estadual de Turismo, Ronald Ázaro, a inclusão da Rocinha na lista é estranha, uma vez que antes mesmo da pacificação já havia uma grande procura de turistas para visitar a favela. Agora esse número cresceu ainda mais.

– Por enquanto, não temos os números oficiais. Mas numa conversa informal com as empresas que prestam serviço de passeio pela comunidade, a informação é que a procura aumentou cerca de 30% desde a pacificação. A Rocinha já possui, inclusive, um Fórum de Turismo formado por moradores que estão em contato com a secretaria para capacitar e organizar oficialmente o turismo na área. Num comparativo com outros municípios, a comunidade já apresentava um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) bastante avançado antes mesmo da pacificação – comentou o presidente da TurisRio, que atribui a inclusão do local ao ciúme:

– Eu acho que é dor de cotovelo, no mínimo. Ainda mais em se tratando do Rio de Janeiro e do Brasil, que estão no imaginário comum do mundo inteiro.

Em dezembro, o governo do estado anunciou que a primeira base da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Vidigal e da Chácara do Céu será montada até o início de janeiro. Para lá, vão 226 dos 411 policiais militares formados no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP), em Sulacap. E, segundo previsão do governo, até o fim do primeiro trimestre de 2012, será erguida a UPP na Rocinha. No fim de 2011, o governador Sérgio Cabral afirmou que a Rocinha teria sua Unidade de UPP até abril de 2012.

Via: Oglobo

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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