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Teleférico do Alemão completou seis meses parado e ONG Voz das Comunidades elabora solução

Foto: (Renato Moura/Voz das comunidades)

ONG Voz das Comunidades propõe a municipalização do modal

O Teleférico do Alemão completou seis meses parado em março deste ano. Em nota, a assessoria de imprensa da secretaria estadual de transporte do Rio de Janeiro afirmou que o modal ia ser reaberto no segundo semestre deste ano, mas sem definir a data. Quando questionados sobre a dívida de R$ 19 milhões que tinham em setembro, quando a concessionária Rio Teleférico parou de funcionar, eles afirmam que não vão falar sobre o assunto.

A notícia de que o modal do Complexo do Alemão, uma das maiores favelas da cidade do Rio de Janeiro, com cerca de 200 mil habitantes, ficaria fechado “por tempo indeterminado” é do dia 14 de setembro de 2016, poucos dias após o fim dos Jogos Olímpicos. Na época, a Rio Teleféricos afirmou que o serviço havia sido paralisado para manutenção da segurança dos usuários do sistema. No entanto, em seguida, a justificativa para a paralisação foi outra: “O serviço foi paralisado em 14 de setembro por conta da inadimplência do Executivo e não tem data para voltar a funcionar.”

 

Em dezembro de 2016, o diretor de operações do teleférico, Marcos Medeiros, afirmou via nota que o contrato com o Governo do Estado do Rio de Janeiro tinha sido oficialmente suspenso em outubro de 2016. Porém, o consórcio Rio Teleféricos afirmou não receber repasses do Governo desde abril do mesmo ano. Hoje a secretaria de transporte nega essa informação.

Para atender aos pedidos dos moradores que sofrem com a paralisação do Teleférico, a ONG Voz das Comunidades apurou uma solução para o problema. A exemplo do que a última administração municipal fez com as Bibliotecas Parque, que foram municipalizadas, porque não fazer o mesmo com o Teleférico?

A municipalização das Bibliotecas Parque teve um aporte financeiro de R$ 1,5 milhão da prefeitura para custeio e manutenção. Apesar das contas estarem apertadas, a proposta 37 do Plano de Governo do candidato e agora Prefeito Marcelo Crivella aparece como uma luz no fim do túnel.

“Fazer uma PPP (parceria público privada) para a construção e operação de nove novos estacionamentos na cidade até o final de 2020. ”

Neste caso, ao invés de estacionamentos, a ação seria para a volta e manutenção do Teleférico.

Para a professora da Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense (UFF), Fernanda Sánchez, que é favorável à reativação do teleférico do Alemão, “mais do que nunca, torna-se necessário o controle público sobre a cidade, e sobre o transporte, encaminhando um projeto de municipalização do serviço, para assegurar este direito básico, o direito de ir e vir na cidade, no bairro, no acesso quotidiano ao trabalho e à moradia, ao lazer, à vida pública, à sociabilidade.”

Lucio Gregori, ex-secretário municipal de transporte de São Paulo, engenheiro e autor do projeto tarifa zero, defende que a solução seria simplesmente o Estado transferir o Teleférico sem ônus para a Prefeitura, mediante lei de autorização da Assembleia. Mas como as contas estão apertadas, ele afirma que “uma PPP pode de fato diminuir o gasto inicial da Prefeitura para acertar as contas com a atual concessionária, mas precisará ver como será a política tarifária.”

Ainda em nota, a secretaria de transporte diz que a compra da peça que faltava para o Teleférico voltar a funcionar já foi realizada. No entanto, isso não impossibilitaria a municipalização do serviço. A proposta da ONG é para que moradores e trabalhadores do Complexo do Alemão tenham direito ao transporte e uma vida mais digna.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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