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647 pessoas baleadas durante a pandemia; operações policias continuam

Mesmo com a proibição do STF ainda mais restritiva durante a pandemia, tiroteios e operações policiais são cada vez mais frequentes
Mesmo com as medidas para restringir as operações policiais em favelas do Rio, o cotidiano dos moradores está bem complicado nesse período de pandemia. Créditos: Betinho Casas Novas

No início do mês, o Supremo Tribunal Federal (STF) tomou a primeira decisão para limitar as operações policiais em favelas do Rio. Pela decisão, as operações poderão acontecer somente em casos excepcionais. A polícia ainda deve justificar as medidas por escrito e comunicá-las ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, órgão responsável pelo controle externo da atividade policial.

Ontem (18), o STF decidiu impor novas restrições para a realização de operações policiais nas favelas do Rio. A decisão limita o uso de helicópteros, determina a preservação de vestígios de crimes e proíbe o uso de escolas e unidades de saúde como bases operacionais das polícias militar e civil.

Mas na manhã desta quarta-feira (19), moradores amanheceram com um intenso tiroteio na região da Fazendinha, no Complexo do Alemão, zona Norte do Rio de Janeiro. Muitos tiveram dificuldade de sair de casa para trabalhar e uma moradora foi baleada dentro de casa durante o tiroteio.

A plataforma Fogo Cruzado fez um levantamento nesse período de quarentena e constatou que em 5 meses de quarentena foram registrados 2.024 tiroteios/disparos de arma de fogo na Região Metropolitana do Rio.

Desde que decretado o início do isolamento social, em razão da pandemia do novo coronavírus, 647 pessoas foram baleadas (332 mortas e 315 feridas). Entre o total de baleados neste período de quarentena, foram 51 agentes de segurança, 7 crianças (com idade inferior a 12 anos), 9 adolescentes (entre 12 anos e 18 anos incompletos), 14 idosos (com idade a partir de 60 anos) e 27 mulheres. Houve ainda 29 vítimas de bala perdida, além de 18 casos em que 3 ou mais civis foram mortos a tiros em uma mesma situação, totalizando 73 mortos nestas circunstâncias.

A favela da Vila Kennedy, com 141 registros, foi o bairro da Região Metropolitana do Rio com mais tiros. Complexo do Alemão (63), Cidade de Deus (54), Tijuca (52) e Vicente de Carvalho (48) completam o ranking.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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