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Atrações do Rio Parada Funk celebraram a cultura oriunda da favela

Artistas femininas, batalha de barbeiros e paredões figuraram o evento que levou multidão para Marquês de Sapucaí no último domingo (8)
Foto: Selma Souza/ Voz das Comunidades

O Rio Parada Funk, que reuniu todas as gerações marcada pelo funk, aconteceu no último domingo (8). O evento se concretiza como o maior baile funk do mundo e foi realizado na Marquês de Sapucaí, no Centro do Rio de Janeiro. Gratuito, o Rio Parada Funk durou o dia todo e contou com mais de nove paredões de som. E atrações do funk também estiveram presentes como Bonde do Vinho, Mc Nem, MC Cacau e MC Maneirinho.

Batalha de Barbeiros

Uma identidade muito forte na favela é o cabelo na régua. E os grandes responsáveis por essa estética de cria são os barbeiros da comunidade. Valorizando o trabalho destes profissionais, o Rio Parada Funk realizou uma Batalha de Barbeiros.

A batalha de barbeiros é um evento que acontece há 10 anos e que faz parte da cultura dos funkeiros. No evento, foram reunidos 100 profissionais que mostraram sua arte, com vários tipos de corte. Até o rosto do MC Poze do Rodo foi feito em um corte pelos barbeiros. A criadora da Batalha de Barbeiros, Erica Nunes, falou sobre a importância destes profissionais na cultura do funk. “Tudo tem a ver. Barbeiro, passinho e Tik Tok. Juntamos tudo para fazer essa batalha e mostrar nossa cultura”.

Representação Feminina no Funk

A luta das mulheres nos espaços nunca foi novidade, principalmente no mundo do funk. Hoje conseguimos ver mulheres cantoras no funk que vem trazendo representatividade. A MC Nem que é cria do Jacarézinho se apresentou no palco da Apoteose e contou sobre sua participação. ”É gratificante tá aqui e falar sobre o funk. O funk é cultura, e estou muito feliz de estar aqui. Não é fácil estar no funk sendo mulher, mas nós quebramos muitos tabus”.

Mc Cacau também esteve presente. Ela fez homenagem ao Mc Marcinho e contou que foi emocionante fazer esse ato e deixar o legado do cantor e também falou sobre representatividade. “Eu tenho 30 anos de funk. Quando comecei, tinha só eu de mulher e ver agora essas mulheres no funk é gratificante”, concluiu.

A cantora Ya Malb esteve no evento e acompanhou os colegas de trabalho também falou na questão da representatividade no funk. “O funk me abriu muitas portas. É muito difícil ser mulher no funk porque o mundo é muito machista e ter esse lugar aqui no funk é muito importante”, finalizou.

Foto: Selma Souza/ Voz das Comunidades

Bonde do Vinho

O Bonde do Vinho que fez sucesso em todo brasil com suas músicas,”I Feel Vinho e Desce Sobe” por mais de uma década, esteve presente no Rio Parada Funk para relembrar o baile das antigas. Um dos integrantes do grupo, Wil falou sobre a participação “O povo que ama e que gosta de funk vem tudo pra cá. Pro pessoal novo é muito importante tá aqui na Apoteose e sentir na pele o que é ser funkeiro. A gente tá quebrando barreiras e agora o funk é cultura, há muito tempo a gente vem lutando por isso”. finalizou

A importância do funk para os Djs

Os DJs do baile funk são profissionais que tocam as músicas e que deixam sua batida e ritmo fazerem história por diversas gerações, animando a galera e fazendo todo mundo dançar. Os DJs também fazem parte da cultura dos bailes.

Para o Dj Risada do Tabajara que toca no evento desde da segunda edição, o funk traz a realidade da maioria da população “No meio de uma sociedade tão preconceituosa, o Rio Parada Funk é a voz de todos”relatou.

O DJ Sapinho do Complexo do Alemão tocou no Rio parada funk pela primeira vez “ É de suma importância esse evento, tanto para cultura funk como pra rapaziada que tá chegando na cena e procurando visibilidade” concluiu.

Carlos Eduardo, o famoso DJ Gordinho da Rocinha de 25 anos, que toca no grupo ‘Os Crias’ e na equipe ‘Avalanche’ se apresentou no palco principal da Apoteose e contou que foi maravilhoso estar no evento “ É um lugar que abre portas. É muito importante ter essa união com todos os artistas. Esse evento traz muita visibilidade para nós” afirmou.

Camisas personalizadas para o Rio Parada Funk

Marcio Souza, 36 anos, morador da Nova Holanda, foi com amigos para o Rio Parada Funk. Foi a segunda vez que eles foram no evento. Eles fizeram camisas personalizadas em homenagem ao cantor Mc Marcinho que faleceu esse ano. Sobre o evento, Marcio comentou que estava muito bom e que mesmo que chovesse iria.

Já o André do CB camisas de 49 anos, falou da importância do Funk e sobre sua carreira  de empresário que hoje em dia faz sucesso “Eu era funkeiro do baile funk das antigas curtia as diversões de sábado e domingo que tinha. E hoje sou empreendedor comecei com poucas pessoas e hoje tenho 30 pessoas na minha empresa. Eu fico muito orgulhoso porque sou um favelado que consegui vencer”. concluiu

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PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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