Pesquisar
Close this search box.
Pesquisar
Close this search box.

Empreendedoras do CPX mostram a expectativa para o Natal

Com doces de dar água na boca Milena e Luani se dizem animadas para as vendas de fim de ano
Um natal recheado de guloseimas é a oportunidade de ganhar dinheiro para empreendedoras do CPX Foto: Josiane Santana / Voz das Comunidades

Ganhar doces é sempre uma boa pedida, seja no amigo oculto, seja sem nem mesmo ter motivo. O fim do ano vai chegando e já começamos a pensar nelas, as comidas da ceia, principalmente as rabanadas e guloseimas que compõem as mesas nas vésperas das datas simbólicas de dezembro: O natal e ano novo. 

Tem gente que aproveita a paixão pelos doces para ganhar uma renda extra nesse período do ano, tendo algum objetivo em específico ou até para algum dia tornar esta a sua profissão principal. É o caso das empreendedoras Milena Souza, de 25 anos, moradora do Morro dos Mineiros, e Luani Almeida, de 32 anos, da Área 5. Ambas compartilham duas coisas em comum: A paixão pelos doces e o espírito empreendedor. A junção disso resultou na criação das docerias MSS Doces de Milena e a Doces Tagarelas de Luani.

Milena trabalha com doces para festas há oito anos e, desde o ano passado, está se dedicando às produções para o natal. Já Luani começou a fazer doces com o objetivo de juntar dinheiro para seu casamento em 2021. E foi assim que descobriu a paixão pela confeitaria e decidiu continuar trabalhando na área. As duas fazem desde as sobremesas tradicionais, como pudim, tortas e bolos até os mais temáticos, como a guirlanda de brownie e o panetone recheado com diversos sabores. Milena também faz rabanada recheada e comum, já Luani alfajores natalinos e caixa de brigadeiro decorada. Luani diz que a confeitaria é sua principal fonte de renda, enquanto Milena ainda trabalha com recursos humanos em uma empresa no centro do Rio de Janeiro. 

Redes sociais ajudam nas vendas

As duas empreendedoras relatam que as vendas aumentaram depois que passaram a divulgar seus produtos pelas redes sociais. As duas postam os produtos e fazem atendimento pelo ‘Whatsapp’ por onde recebem encomendas, fazem orçamento e mostram o catálogo de produtos. Trabalham tanto com pronta entrega quanto com a retirada que é combinada com o cliente no ato da compra. Milena acredita que vende muito pela confiança que os clientes têm em seus produtos. Ela diz que além de postar o processo de produção, mostra também os ingredientes que usa e faz a prestação de contas dos valores gastos. “Eu também investi em um celular e fico lá fazendo vídeos […] e tem uma coisa: se eu só postar as pessoas quase não compram, mas se eu mostrar comendo, todo mundo pede!”, conta. 

Luani também acredita que fideliza seus clientes pela qualidade dos seus produtos e relata uma experiência recente. “A menina me disse ‘olha eu vou ser sincera, tô indo numa festa que eu sei que a pessoa encomendou o doce com você e eu vou experimentar, se eu gostar eu encomendo’. Ela encomendou o dobro do que tinha combinado comigo! Eu tenho certeza que quem provar vai querer encomendar comigo porque eu faço de tudo para entregar um produto ‘maneirão”, ressalta.

Uma das dificuldades enfrentadas pelas duas doceiras é a sobrecarga de trabalho. Produzir e atender clientes, organizar a entrega e ainda ter que dar conta das outras atividades da casa, acaba se tornando um acúmulo de funções. Mas, segundo elas, estão acostumadas. “Eu até penso em ter alguém para ficar atendendo pelo whatsapp porque tem hora que não dá!”, comenta Luani. 

Expectativas de vendas

As duas contam que estão animadas para o natal deste ano e principalmente com os pedidos de clientes de outras regiões. Milena recebe encomendas de clientes até  da Barra da Tijuca e Luani atende as regiões mais próximas do CPX. “Lá fora eu tô lucrando muito mais e aqui eu lucro uns vinte reais em média por sobremesa, porque eu não tô tendo tempo de sair para vender de porta em porta”, diz Milena. Ela acrescenta que esse ano pode aumentar as vendas dentro do CPX e diz. “Eu acho que vai aumentar e vai ser até melhor para mim porque eu não vou precisar sair. Ano passado eu descia com as coisas e as pessoas começavam a pedir e eu perdia tempo de produção.”

Milena relembra que no ano anterior chegou a fazer quinhentas rabanadas em uma encomenda! Formada em engenharia de produção, ela diz que consegue administrar bem as contas da MSS Doces e relata que fez um lucro de cinco mil reais no último natal. Luani diz que ano passado fez um lucro médio de dois mil reais. E que o carro chefe das suas vendas são os panetones trufados e os sabores queridinhos da sua clientela, que são: ninho com nutella, ninho com morango e de Ferrero Rocher.

Milena e Luani têm intenção de ter espaços para trabalhar fora de casa e se planejam para no futuro conseguirem realizar suas metas. Mas agora Luani brinca que vai ter que aumentar as vendas. Na semana em que esta entrevista foi realizada, ela descobriu que está grávida e está esperando seu segundo bebê. Um verdadeiro presente de natal. Ano que vem teremos mais um membro da família Doces Tagarelas participando da entrevista. 

Compartilhe este post com seus amigos

Facebook
Twitter
LinkedIn
Telegram
WhatsApp

Veja também

EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

Contato:
[email protected]