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OPINIÃO – Estamos por uma árvore

(Imagem: Reprodução)

Como diz Ailton Krenak, “a humanidade precisa aprender com a terra”, a terra não precisa mais de tecnologia capitalista. Precisa unir-se com os povos indígenas para cessar o fim do mundo.

Quando se fala em natureza, a primeira coisa que vem à cabeça são os recursos naturais, tudo que não foi feito pelo humano. Com a invasão dos brancos colonizadores em terras Pindoramas, acabamos adquirindo muito mais pensamentos dos colonizadores do que aperfeiçoando nossa conexão com a natureza em meio ao nosso cotidiano – impactando nossas ações e de como pensamos e vivemos.

O Planeta vive em constante mudança, em grande parte vinda da raça humana, que tem causado grande impacto no ecossistema e tornando ainda mais difícil a vida dos mais vulneráveis à desigualdade e ao racismo ambiental. Quem nasce e cresce entendendo que a floresta, mares, rios e toda natureza fazem parte da vida, aprende a dividir os espaços de forma harmônica, respeitando e cuidando do ecossistema. 

Por isso, gosto do termo Alfabetização Ambiental, que é nada mais do que a capacidade de perceber e interpretar os processos da natureza para uma ação efetiva de manutenção, restauração e preservação. Mas infelizmente pouco se tem falado sobre isso em sala de aula. 

Não haverá mudanças climáticas e ambientais se não envolver acordos políticos junto com a sociedade civil, dando início a uma consciência ambiental. Ou seja, é urgente o desenvolvimento de uma cultura de cuidado com o meio ambiente, porque isso faz com que moradores de favela, por exemplo, cuidem do pouco recurso natural que os rodeia, preservem, a fim de melhorar o ambiente que vivem.

Com o avanço de práticas capitalistas, que promovem a ideia que os recursos naturais devem ser usados sem preocupação, a chance das próximas gerações serem afetadas é muito grande. Isso não pode acontecer. Ir contra nossa natureza é desmatar nosso caminhar e o nosso futuro.

Edlene Conrado
Mulher afroindigena, Mãe da Zuri Rosa, formanda em Pedagogia, instrutora de yoga infantil, produtora do Voz das Comunidades, arte educadora, ambientalista por raiz e contadora de histórias. Trabalha há 10 anos com produção cultural e arte educadora, atualmente é pedagoga do projeto de educação e tecnologia criativa favelada, Pipas Labs e UniLetrinhas.

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PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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